Marcas registradas: restaurantes investem em rótulos próprios, para clientes levarem para casa

Marcas registradas: restaurantes investem em rótulos próprios, para clientes levarem para casa

Oferta vai do café à cachaça, passando por vinhos, vermutes e gim

Muito mais do que uma refeição, uma experiência exclusiva. É exatamente isso que os restaurantes querem oferecer ao lançarem seus próprios rótulos, que traduzem a identidade, a história e a filosofia de cada estabelecimento. O convite é tentador: levar para casa o sabor que faz sucesso à mesa, prolongando o prazer da gastronomia além do restaurante. Para os empreendedores, é uma oportunidade de transformar cada visita em um momento único, investindo numa estratégia que combina criatividade, identidade e sabor.

Em Laranjeiras, o Esperança.Eco é um exemplo de como esse movimento pode se alinhar com propósito. Conhecido por sua cozinha vegetariana e vegana, o restaurante expandiu sua atuação para vinhos e cafés próprios. A chef Verônica Moreira define a iniciativa como uma “evolução natural”, nascida do desejo de oferecer experiências ainda mais autênticas e conectadas à filosofia da casa.

— Não buscamos apenas oferecer produtos, mas entregar identidade, história e conexão — resume a chef.

A linha de vinhos exclusiva do Esperança.Eco foi desenvolvida em parceria com a vinícola Bellaquinta, de São Roque (SP). A coleção inclui branco moscato, rosé (moscato e merlot) e tinto cabernet sauvignon, cada um ao preço de R$ 105, com rótulos que estampam um pequeno pássaro sobre um galho, símbolo da trajetória da casa. Para acompanhar, o Café Ao Leu, com lojas em Copabana e no Leblon, forneceu grãos cultivados em altitude, com notas naturalmente doces de chocolate e doce de leite, resultando em um blend exclusivo vendido no Esperança.Eco a R$ 52 (250g).

Outro clássico que se reinventa é o Boteco Sabu, que comemora 60 anos em novembro em Ipanema. Sob o comando de Denise Machado e Deco Pascoal, o bar lançou recentemente dois vinhos exclusivos desenvolvidos com a Vinícola Família Ulian, de Flores da Cunha (RS): cabernet sauvignon e branco giallo, premiados com medalhas de ouro e prata no Wines of Brazil Awards.

— Somos, naturalmente, inovadores, inquietos, ousados! Queríamos surpreender nossos clientes com um vinho da casa que transmitisse nosso DNA — comemora Denise.

Já o sommelier Victor Recoliano destaca que os rótulos foram escolhidos para serem “gostosos de beber, descomplicados, mas não bobos”, refletindo a essência do casal e da casa.

O Grupo Fasano e o Nino Cucina também reforçam a tendência de rótulos próprios. O Fasano oferece vinhos selecionados, como Chianti Fasano D.O.C.G (R$ 335), Barolo Fasano D.O.C.G (R$ 962) e Brunello Di Montalcino Fasano D.O.C.G (R$ 1.020), desenvolvidos com parceiros na Itália. Já a linha Famiglia Nino traz vinhos, azeites e limoncello inspirados na tradição italiana.

Estratégia para fracionar produtos

Na mesma linha de criatividade, a Broto, pizzaria de estilo nova-iorquino, lançou o Broto Lo-Fi, produzido pela vinícola Vinha Solo, de Caxias do Sul. É um vinho natural merlot que traz intensidade de frutas vermelhas e delicado toque terroso, pensado para um público jovem e curioso. O rótulo ainda traz um QR Code com playlist exclusiva para harmonização musical.

— Sempre sonhamos em ter nosso próprio rótulo de vinho. O Broto Lo-Fi foi elaborado para quem aprecia o ritmo desacelerado e os momentos simples da vida — explica Irlan Guimarães, sócio da Broto.

A Jotabê, pizzaria do Jardim Botânico, é outra que tem dois vinhos próprios: Jotabê Red Wine e Jotabê Tempranillo, representando regiões portuguesas e espanholas.

No universo da coquetelaria, o Liz Cocktail & Co. inova com bebidas engarrafadas para levar a experiência do bar para casa. Entre os destaques está o House Milk Punch (R$ 148, com 375ml), feito com runs, mate, limão, especiarias escuras e bitters de absinto, clarificado com leite para uma textura cristalina. Também há versões clássicas como Royal Nail, Oaxaca Old Fashioned e Negroni.

— Os engarrafados do Liz são uma forma de o cliente viver a experiência do bar além do tempo em que está lá fisicamente — explica Tai Barbin, mixologista e empresário à frente do projeto.

O Gula Gula entrou no universo da cerveja com três rótulos artesanais que refletem a essência da cidade: Gula Red Ale, Gula Pilsen e Gula Session IPA. A La Carioca Cevicheria, por sua vez, apresenta cinco cervejas artesanais (pilsen, summer, red, black e IPA), harmonizando com praia, gastronomia e estilo de vida carioca.

Os cafés também ganham atenção especial. O Artigrano, em parceria com o Café Ao Leu, desenvolveu um blend 100% arábica da Serra do Caparaó, com notas de chocolate, castanha e doce de leite, servido coado por R$ 22 ou vendido em pacote de 250g por R$ 55. Já o Empório Farinha Pura oferece o Café Grano Imperial, que pode ser apreciado expresso, coado ou levado para casa (R$ 38,59 a 250g). A casa ainda complementa a experiência com geleias artesanais e saladas prontas para consumo.

Os hotéis não ficam de fora da tendência. O Santa Teresa MGallery tem um café criado em parceria com a Tassinari Cafés, produzido em São José do Vale do Rio Preto (RJ). Já o Fairmont tem a cachaça Magnífica Single Cask Fairmont, desenvolvida com a cachaça Magnífica de Faria. A bebida é fruto de uma safra de 2013 produzida artesanalmente na Fazenda do Anil, em Vassouras (RJ).

Em Copacabana, no Teva Deli, é possível comprar ingredientes utilizados nas receitas do chef Daniel Biron, como granola, shoyu, café e castanha de baru.

— A iniciativa surgiu da necessidade de fracionar produtos comprados em grandes quantidades, liberando o estoque sem desperdício e oferecendo itens de alta qualidade que dificilmente se encontram em mercados convencionais. A ação também funciona como teste para futuros produtos exclusivos, que podem ser produzidos e comercializados diretamente para consumidores ou pontos de venda, ampliando o alcance da marca sem comprometer a identidade do restaurante — diz Biron.

Bares e restaurantes mais informais também entram na onda. O Grupo Irajá, com os bares Rainha e Princesa, apresenta o vinho Casa Irajá, tinto blend (R$ 152,50) e branco chardonnay (R$ 160), ambos em parceria com a vinícola Don Abel. O Bar Tero, em Botafogo, aposta em vermutes próprios (branco, tinto, laranja e rosé, a R$ 16, com 120ml). No Imortais, em Copacabana, a garrafa da famosa batida de paçoca da casa custa R$ 80 (750ml).

Na última quarta-feira, uma turma de donos de bares — entre eles Mariana Rezende (Bar da Frente) e Pedro Aliperti (Culto) — visitou o alambique da Arbórea, em Pirapetinga (MG), para negociar a criação de um blend exclusivo com rótulo especial que será vendido nos seguintes estabelecimentos: Bar da Frente (Copacabana), Quitanda (Catete), Baixela (Copacabana), Culto (Botafogo) e Conserva (Copacabana).

— Cada produto que leva nossa marca é uma escolha pessoal, fruto do meu gosto, da minha experiência e da busca constante por qualidade e autenticidade — garante o restaurateur.

O Gurumê, restaurante japonês contemporâneo, desenvolveu o Gurumê (chardonnay e merlot). Ambos foram produzidos com as vinícolas Don Abel e Adolfo Lona. A casa oferece ainda o gim Gurumê, em parceria com a APTK Spirits, combinando extratos de limão yuzu, kinkan e lichia. Os vinhos harmonizam com frutos do mar e pratos leves, enquanto o gim imprime frescor à coquetelaria da casa.

— Todo o processo é cercado de cuidados, desde a fabricação até a distribuição. Diferentemente do que acontece em algumas grandes marcas, os rótulos artesanais não passam por manipulações que comprometem a qualidade. A nossa segurança está não apenas na produção, mas também na distribuição, que é feita de forma individual por nós mesmos. Nós produzimos, engarrafamos e distribuímos — destaca Alexandre Ktenas, sócio e CEO do Oby.

Já o Jurubeba aposta em cachaça (R$ 90) e vermute (R$ 140) próprios, desenvolvidos com parceiros como a Cachaça da Tulha e a Companhia dos Fermentados.

— A ideia de criar nossos próprios rótulos nasceu quase como um luxo, um mimo mesmo, algo que a gente quis fazer por prazer — diz Elia Schramm, chef da casa em Botafogo.

Confira a reportagem completa no jornal O Globo.

Oxxo no Brasil: a nova fase da rede após cisão com a Raízen

Oxxo no Brasil: a nova fase da rede após cisão com a Raízen

A rede de mercados de proximidade entra em uma nova etapa no Brasil com a aprovação da cisão entre Raízen e Femsa pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A mudança encerra oficialmente a joint venture Grupo Nós, criada em 2019 para operar lojas de conveniência sob as marcas Oxxo e Shell Select. Com a aprovação pela autarquia, a rede de proximidade terá 100% de seu controle detido pela empresa mexicana Femsa.

A operação no Brasil inclui 611 lojas e um centro de distribuição no estado de São Paulo, além de dívidas e caixa disponíveis no Grupo Nós. Na outra ponta, a Raízen ficou com 1.256 lojas de conveniência das marcas Shell Select e Shell Café. O acordo para encerramento da joint venture foi estruturado com base em troca de participação societária, sem pagamento entre as empresas.

Expansão acelerada

Completando 5 anos no mercado brasileiro, o Oxxo desembarcou primeiramente em Campinas (SP), depois chegou à capital, região metropolitana, litoral e interior do estado. Em dois anos, atingiu 150 lojas e, após três anos de operação, chegou à marca de 500 lojas em São Paulo. Segundo a companhia, a estratégia aproveitou “a baixa penetração de formatos modernos de conveniência para fornecer experiências de varejo padronizadas e modernas”.

Após um ritmo intenso de aberturas, a rede desacelerou a expansão e, recentemente, tem investido mais em lojas emblemáticas, realizadas em parceria com indústrias. O modelo ganha força em um cenário onde o retail media é destaque na estratégia do varejo e da indústria. O conceito já foi implementado em mais de 25 unidades, impulsionando vendas e fluxo de visitantes. Outro foco do Oxxo tem sido a venda digital, com plataforma própria e parceria com Rappi e iFood.

Futuro do Oxxo

Para a Femsa, o Oxxo Brasil segue como prioridade na estratégia de seu negócio de varejo. “Ao dar o próximo passo para operar de forma independente, seguimos totalmente comprometidos com fortalecimento e expansão do Oxxo neste mercado dinâmico. O Brasil segue sendo foco fundamental na estratégia de crescimento de longo prazo da Femsa”, disse José Antonio Fernández Garza, diretor geral da Femsa Retail.

Para a companhia, o país representa uma oportunidade de crescimento devido a fatores como tamanho de mercado e fragmentação do varejo. “A Femsa visa construir um negócio escalável e lucrativo, concentrando-se na expansão acelerada da base de lojas, adaptando o formato Oxxo às necessidades dos consumidores locais”, disse a multinacional.

Fonte: Giro News

Cinco potenciais compradores disputam a aquisição do Natural da Terra

Cinco potenciais compradores disputam a aquisição do Natural da Terra

A Americanas já atraiu cinco interessados na venda do Hortifruti Natural da Terra. A maioria dos potenciais compradores atuam no varejo e a perspectiva é assinar uma proposta vinculante com um desses players em até 30 dias, segundo informações do Pipeline.

A Americanas retomou a venda da marca neste ano, que está sendo conduzida pela BR Partners, após ter suspendido o processo em 2023. Naquela época, considerou as propostas entre R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão insatisfatórias – o grupo pagou R$ 2,1 bilhões pela rede em 2021. As bandeiras Hortifruti e Natural da Terra contam com 70 lojas distribuídas entre os estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Movimentações de mercado

Pessoas envolvidas na negociação consideram improvável que o valor da operação atinja o gasto pela Americanas na aquisição em 2021. A recente mudança de composição acionária no Grupo Pão de Açúcar, com a entrada do grupo Coelho Diniz e do Roldão na companhia, contribuiu para movimentar o setor e ajudou a Americanas a avançar em seu plano de vendas.

Pelo plano de recuperação judicial, o desinvestimento precisa ser concluído até fevereiro de 2026. Esta será a segunda venda de rede. Em setembro, a Americanas anunciou que assinou proposta vinculante com a Fan Store Entretenimento, também conhecida como BandUP!, para a venda da Uni.Co por R$ 152,9 milhões.

Fonte: Giro News

Grupo Mateus leva sua primeira unidade de varejo ao Piauí

Com mais essa unidade, a companhia chega a 12 lojas no estado e 82 de varejo entre as regiões Norte e Nordeste

O Grupo Mateus vai inaugurar, nesta sexta-feira (17), sua primeira loja de varejo no Piauí, com o formato Hiper Mateus. A unidade está localizada na cidade de Teresina e tem espaço de 5 mil m² de área de venda, incluindo uma estrutura com bistrô, restaurante na entrada, restaurante, operação oriental, pizzaria, bazar, floricultura, charutaria, cutelaria, empório e adega com mais de mil rótulos.

De acordo com informações do Folha Piauí, o estado e a cidade representam para o grupo um crescimento sustentável, com foco em experiência e qualidade, assim seguindo o plano de expansão. Com mais essa unidade, a companhia chega a 12 lojas no estado e 82 de varejo entre as regiões Norte e Nordeste. Ao todo, são 275 unidades em operação.

Fonte: Giro News

Marcas próprias ganham protagonismo e redefinem a relação entre varejo, indústria e consumidor

Marcas próprias ganham protagonismo e redefinem a relação entre varejo, indústria e consumidor

Não há mais como negar que a marca própria é hoje uma ferramenta de fidelização e rentabilidade

As marcas próprias deixaram de ser valorizadas apenas pelo preço e se tornaram essenciais para a diferenciação no varejo. Com investimento crescente em linhas e segmentos que vão do básico ao premium, esses produtos têm fortalecido as vendas e fidelizado consumidores que buscam cada vez mais por itens desse tipo.

O aumento do consumo se evidencia em dados recentes do mercado. Segundo a NielsenIQ, as marcas próprias movimentaram R$ 6,3 bilhões em 2025, até metade de agosto, englobando alimentos e farmácias, com crescimento médio de 9,2%. Os atacarejos foram o grande destaque, com alta acima da média geral, de 23,6%. Já os supermercados regionais vieram logo em seguida, com aumento de 20,1%.

Dois vetores impulsionam essa expansão. O primeiro é o custo-benefício percebido por 72% dos consumidores. Outro levantamento da NielsenIQ aponta que produtos de marca própria podem custar até 30% menos que marcas líderes de categoria. Para muitos shoppers, no entanto, a justificativa da compra não está mais somente no preço.

É nesse ponto que entra o segundo vetor, a qualidade. Para sair na frente nessa tendência, os varejistas precisam aperfeiçoar seus processos de fabricação terceirizada, adotar testes de qualidade e alinhar o perfil nutricional ao da referência de mercado. Mais de 6 em cada 10 brasileiros afirmam que comprariam mais itens de marca própria se houvesse maior variedade.

As gigantes do setor já entenderam o movimento. No segundo trimestre deste ano, por exemplo, o GPA divulgou que as marcas próprias alcançaram 25,3% de market share nacional, e 8 em cada 10 cestas de compras continham itens de private labels do varejista. A empresa mostrou ainda que a frequência média de shoppers que compram esses produtos é 2,4 vezes superior à daqueles que não os consomem.

A empresa também lançou recentemente a linha Pão de Açúcar com 5 produtos, que até final do ano terá um portfólio com mais de 80 itens. A estratégia busca fortalecer o relacionamento com clientes de alta renda, isso porque 83% desse público já consome pelo menos um item das quatro marcas próprias já consolidadas (Qualitá, Taeq, Club des Sommeliers e Pra Valer).

O Grupo Koch também entendeu o recado e abriu recentemente uma Central de Produção em Tijucas (SC) para concentrar e padronizar a fabricação de produtos próprios da rede, reduzindo desperdícios e tendo maior controle dos insumos.

Não há mais como negar que a marca própria é hoje uma ferramenta de fidelização e rentabilidade. Ela retém clientes, incentiva a recompra, melhora a margem para o varejista, diversifica o portfólio e permite maior controle sobre a cadeia de valor. A disputa entre marcas próprias e marcas líderes está em curso e tende a redefinir cada vez mais o equilíbrio entre indústria e varejo nos próximos anos.

Fonte: SA+ Varejo

Private Label Brazil Feira de Marcas Próprias

70% dos consumidores veem marcas próprias como alternativa às tradicionais

As marcas próprias deixaram de ser vistas como versões genéricas de produtos tradicionais e hoje ocupam papel central na inovação, na diferenciação e na fidelização do consumidor.

Outro ponto positivo das marcas próprias são os preços que podem custar de 20% a 30% menos do que os de marcas tradicionais de mercado. Em setores como limpeza, higiene e alimentos básicos, a diferença chega a ser ainda maior.

Só para se ter uma ideia do potencial desse mercado, pesquisa realizada este ano pela NielsenIQ mostrou que quase 70% dos consumidores brasileirosveem as marcas próprias como uma boa alternativa às marcas conhecidas. Atualmente, as marcas próprias já estão presentes em mais de 40% das residências no Brasil, bem acima dos 22% registrados nos Estados Unidos e próximos dos 39% verificados na Europa.

Para sustentar o crescimento e ganhar a confiança dos clientes, os varejistas têm apostado em estratégias que vão desde o desenvolvimento de marcas únicas, com reputação baseada em qualidade e comunicação clara, até a compreensão detalhada do comportamento do consumidor, por meio de segmentação e mineração de dados de fidelidade.

Também se destacam os investimentos em inovação para estimular a experimentação e a fidelidade, a precificação dinâmica para criar gaps competitivos e a execução eficiente, com lançamentos ágeis, abastecimento regionalizado e expansão contínua do portfólio.

Na avaliação do vice-presidente da Circana, Daniel Morimoto, o que nós estamos vendo é apenas o começo, uma vez que as marcas próprias já provaram sua força em diferentes mercados e categorias, mas ainda existe um enorme espaço para inovação e expansão.

Ainda segundo o executivo, o varejista que souber usar dados de forma estratégica e colocar o consumidor no centro, terá nas marcas próprias um dos maiores diferenciais competitivos da próxima década.

Você informou que os preços dos produtos de marca própria são de 20% a 30% mais baratos do que os de marcas tradicionais. O que justifica essa redução de preços?

Vários motivos justificam a diferença de preço. O primeiro deles é o corte de custos de marketing. Como não há grandes gastos com propaganda ou mídia, isso se reflete no preço final.

Outro item é a escala de varejo, já que supermercados e farmácias usam seu próprio poder de compra para negociar diretamente com indústrias que produzem para eles.

Por fim, com embalagens menos sofisticadas e logística integrada os custos são menores.

Fonte: BandNews FM

Em busca de reposicionamento, Mundo Verde unifica marcas próprias

A rede Mundo Verde anunciou a unificação de suas marcas próprias Elixir, Mundo Verde Seleção e Aloha sob o nome da própria rede. A medida tem como objetivo reforçar a posição da empresa no segmento de produtos de alimentação saudável e bem-estar, além de atualizar seu portfólio para se alinhar às novas tendências do setor.

De acordo com uma pesquisa da NielsenIQ, divulgada no final de 2022, um terço dos lares brasileiros opta por produtos com marcas próprias, o que pode ter influenciado a decisão do Mundo Verde. Além da mudança no nome, as embalagens dos produtos também passarão por alterações, ganhando uma nova identidade visual que visa facilitar a leitura das informações e incentivar o descarte correto através do projeto Lupinha, que será incorporado nas embalagens.

A CEO do Mundo Verde, Ana Paula Seixas, explicou que a decisão foi baseada em estudos realizados com consumidores em todo o Brasil para entender a percepção da marca. “ Comprovamos, mais uma vez, que essa é a marca referência na lembrança do consumidor como a principal loja de produtos naturais, de acesso a produtos de qualidade, com excelente variedade e preços competitivos para atender diferentes públicos”, afirmou.

O Mundo Verde começou a desenvolver produtos de marca própria em 2012, inicialmente focado em snacks e ingredientes para receitas saudáveis. Ao longo dos anos, a linha de produtos foi expandida para incluir suplementos e itens voltados ao bem-estar, como colágeno, vitaminas e creatina. Atualmente, a marca própria do Mundo Verde conta com mais de 100 produtos distribuídos em sete categorias: Alimentos, Bebidas, Bem-Estar, Chás, Doces e Sobremesas, Nutrição Esportiva e Suplementos Alimentares.

Nos últimos anos, a marca própria representou um crescimento de 15% no faturamento da companhia. O portfólio inclui produtos para públicos com restrições alimentares, como opções sem açúcar, glúten e lactose. Entre os novos produtos, destaca-se a Pipoca Kettle Corn, que mistura sabores doce e salgado, disponível nas lojas físicas e no e-commerce da rede.

O projeto Lupinha, da Associação Brasileira de Embalagens (ABRE), também será implementado nas novas embalagens dos produtos. Por meio de um QR Code, os consumidores poderão acessar informações sobre descarte correto, contribuindo para iniciativas de sustentabilidade.

Fonte: Central do Varejo // Foto: Reprodução 

Marca própria Krill supera expectativas com linhas completas

Marca própria Krill supera expectativas com linhas completas

Rede Krill deve lançar novos produtos até dezembro — Foto: Divulgação

Categoria de macarrão e outros produtos seguem identidade visual única da rede do litoral

A marca própria da Rede Krill se consolidou como um dos pilares estratégicos da empresa, oferecendo cerca de 111 produtos ativos que combinam qualidade reconhecida com preços competitivos. Em apenas oito meses de 2025, a linha cresceu 56% em participação de mercado, superando as metas e demonstrando a maturidade de um projeto que ganhou destaque até no maior evento supermercadista da América Latina.

“Estamos em um ritmo de crescimento consistente e nosso foco é oferecer produtos que unam qualidade e preço acessível”, explica Raissa Dinelli, analista de marca própria da Rede Krill, responsável pela operação. O sucesso não é acidental, por trás de cada produto existe um processo rigoroso que vai desde a concepção até o monitoramento pós-lançamento, sempre com foco na excelência e na satisfação do cliente.

Processo Estruturado e Parcerias Estratégicas

O desenvolvimento da marca própria Rede Krill, segue um protocolo com cerca de oito macroprocessos, todos através da plataforma da Amicci, empresa terceirizada especializada em processo de Marca própria, que dá suporte técnico para a Rede Krill. “O desenvolvimento de um projeto é feito através de analises sistêmicas, trabalhamos com base em dados do nosso próprio público para desenvolver projetos relevantes e assertivos” detalha Raissa.

A escolha dos fornecedores passa por critérios rigorosos, incluindo auditoria obrigatória de fábrica para garantir que estejam operando de acordo com normas, regulamentos e padrões de qualidade, segurança e sustentabilidade.

A análise do produto é realizada de duas maneiras: a técnica, conduzida pela Amicci, e a sensorial que envolve nossos colaboradores no primeiro contato com o produto, que opinam sobre sabor, textura e qualidade geral. Acreditamos que o colaborador é nosso primeiro cliente e, por isso, precisa abraçar a ideia da marca própria e estar envolvido desde o início do processo.

Qualidade Reconhecida e Parcerias de Peso

A credibilidade da marca própria Rede Krill se fortalece por meio de parcerias com indústrias renomadas, nossos itens são desenvolvidos por marcas amplamente reconhecidas’, explica a analista. Essa estratégia assegura que cada produto traga consigo a confiabilidade de fabricantes consolidados no mercado, mas com identidade visual e posicionamento exclusivos da Rede Krill.”

A empresa desenvolveu linhas completas, como a de macarrão, oferecendo ao consumidor variedade dentro de categorias específicas. Todos os produtos seguem uma identidade visual própria, que incorpora o elemento ‘onda’ na parte superior de nossas embalagens, simbolizando a essência da Rede Krill e reforçando o posicionamento da marca no mercado do litoral paulista.

Inovação Constante e Expansão Acelerada

Os números demonstram o dinamismo da operação: em 2025, já foram lançados 23 novos produtos, com estimativa de mais 25 produtos até dezembro. Esse ritmo acelerado contrasta com o cenário de dois anos atrás, quando a empresa ainda não possuía essa capacidade de mensuração e desenvolvimento sistemático.

“Crescemos 56% de share em marca própria em 8 meses, comparado a média anual de 2024. Superamos todas as expectativas de 2024”, comemora Raissa. O sucesso é atribuído ao engajamento de toda a organização: “A cultura da marca própria precisa partir da liderança: a diretoria abraça o projeto e os colaboradores, após vivenciarem a qualidade dos produtos, tornam-se multiplicadores dessa experiência dentro da empresa.”

Experiência do Cliente e Feedback Contínuo

A Rede Krill implementou estratégias para aproximar os clientes dos produtos da marca própria. “Até dezembro, as sextas e sábados, as lojas realizam degustação com produtos de Marca Própria, permitindo que os consumidores experimentem antes de comprar”, explica a analista.

O SAC ativo recebe sugestões para novos produtos, criando um canal direto de comunicação com os consumidores.

Controle de Qualidade e Monitoramento

A empresa realiza uma análise anual de todo o portfólio, investigando eventuais reclamações e promovendo melhorias contínuas. ‘Nosso compromisso é garantir que o cliente leve sempre um produto da melhor qualidade’, enfatiza Raissa.

Antes de qualquer lançamento, a empresa realiza análise da primeira produção para verificar se o produto atende às expectativas estabelecidas no fechamento do projeto. Esse controle rigoroso se estende ao pós-lançamento, com monitoramento constante de performance e feedback dos clientes.

A empresa também faz análises regulares sistêmicas, utilizando dados da própria clientela para identificar oportunidades e ajustar estratégias. Esse approach data-driven garante que os investimentos em novos produtos sejam direcionados para categorias com maior potencial de sucesso.

 Confira a reportagem no G1.

Marcas próprias redefinem a concorrência no varejo farma

Marcas próprias redefinem a concorrência no varejo farma

Em um cenário de alta concorrência e margens cada vez mais pressionadas, as farmácias brasileiras têm buscado estratégias para se diferenciar e conquistar a fidelidade do consumidor.

Entre as iniciativas que vêm ganhando força está o investimento em marcas próprias, ou seja, produtos desenvolvidos e comercializados exclusivamente pela rede varejista, com sua identidade e controle de qualidade.

“As marcas próprias são extremamente comuns no exterior, principalmente em países da Europa como Holanda, Suíça, França, Itália e Alemanha. Porém, este segmento vem crescendo aqui no Brasil. Para além do varejo, o setor da saúde, que é primordial para toda a sociedade, também está atento a essa nova demanda”, comenta o Gerente Comercial de Marcas Próprias da Viveo, Maurício Rocha, em entrevista exclusiva ao GUIA DA FARMÁCIA.

Curva de crescimento de consumo

Rocha afirma que o mercado brasileiro vive uma curva de crescimento de consumo de produtos de marca própria. Esse ganho acontece a partir do momento que se entende que é uma compra mais racional. “A marca própria, hoje, vai muito além e lança produtos que inclusive marcas globais não possuem. O conceito de que esses são produtos baratos e simples ficou no passado”, diz Rocha.

Vantagens competitivas
A compra de uma marca própria tem se mostrado uma opção positiva para os consumidores, uma vez que também oferece produtos de qualidade, por um preço mais acessível. “Esse diferencial que as marcas próprias oferecem, por consequência, corrobora para a formação de uma nova cultura de consumo”, pontua Rocha.

No setor da saúde, o público também leva em consideração a referência de uma marca própria, além da questão econômica. “Buscam produtos inovadores, que visam facilitar o dia a dia. As marcas próprias que adotam uma visão além da comercial, mas também estratégica, conectam com esse tipo de consumidor e passam a atender essas demandas nos canais de venda”, avalia Rocha.

Onde as farmácias podem investir?

Para Rocha, o canal farma está muito aberto à inovação. “Observa-se hoje, inclusive, a busca por produtos que não existem hoje no portfólio de marcas globais”, afirma.

Portanto, a definição do mix de produtos e categorias está intimamente relacionada com a capacidade das indústrias de atender a essas demandas de inovação. “Se a indústria tem capacidade de levar soluções diferenciadas, é praticamente certa a adoção pelo canal farma para incluir no seu portfólio de marca própria”, afirma Rocha.

Ele diz que além de levar inovação, as indústrias precisam empregar esforços na redução de lotes mínimos, de forma a viabilizar novos projetos com “conforto” ao varejo. “Ou seja, o varejo precisa perceber que os compromissos de lotes mínimos de fabricação e embalagem se encaixam no desenho do projeto e serão seguramente comportados pela demanda do consumidor”, destaca.

Estratégias eficazes

As marcas próprias têm começado a ganhar espaço nas gôndolas de farmácias, supermercados e, aos poucos, isso tem se transformado em tendência. Elas se tornaram essenciais em muitos setores, principalmente na saúde. Para Rocha, trabalhar a marca própria é o que pode tornar o negócio mais competitivo, pois amplia a imagem institucional da marca, gera valor e fidelização do cliente, levando ainda mais opções ao consumidor final.

“Ao longo dos anos, a percepção do consumidor sobre os produtos de marcas próprias tem mudado. As empresas têm trabalhado cada vez mais pela manutenção da alta qualidade e eficiência. Isso ajudou a desconstruir o conceito de que esses produtos eram baratos, simples, e não atendiam as necessidades do público”, comenta, acrescentando que as marcas próprias ampliaram sua atuação e oferecem produtos que até mesmo marcas globais não possuem. “Esses fatores, sem dúvidas, ajudaram a gerar uma maior aceitação e confiabilidade do consumidor”, afirma.

Análise de dados

O consumidor está mais racional. No setor da saúde, todo o público leva em conta a referência de uma marca, seja ela do setor farmacêutico ou varejo, além da questão econômica.

“As pessoas buscam também produtos inovadores, que visam facilitar o dia a dia, principalmente em períodos de crises. E quando uma marca própria se estabelece com este consumidor, a visão passa a ser além do comercial e se torna também estratégica”, explica Rocha.

Ele comenta que, com inspiração em produtos da Europa, e refletindo sobre inovações no mercado de marcas próprias, a Viveo foi a primeira empresa, por exemplo, a introduzir no Brasil o disco de algodão premium. “Antigamente, era muito comum usarmos o algodão bolinha e de rolinho, mas refletindo sobre o futuro, apostamos no algodão de disco e também algodão quadrado. Além de ser um produto com maior qualidade, a sua produção é mais eficiente, pois utiliza o menor uso de algodão em sua fabricação, refletindo em nossas ações de ESG”, conta

Cases de sucesso

Segundo Rocha, o que não falta são cases de sucesso quando o assunto é marca própria no varejo. “Se falarmos pela ótica dos varejistas, temos hoje projetos que são referência, com produtos que alcançaram a liderança de vendas perante marcas globais. Vemos uma operação muito sólida em várias redes, como RD, Panvel, DPSP, Pague Menos, Araujo, entre outros”, comenta.

Sob a ótica de produtos, ele revela que itens de inovação são “curva A” de vendas, com performance superior a itens mais “commodities” e que até então eram considerados de alto giro.

“Podemos usar como exemplo nossa linha de algodão “premium”, que possui hoje uma tecnologia diferenciada, levando ao mercado um produto macio e resistente. Nesta categoria, temos o algodão Quadrado Baby como o “carro chefe de vendas”. Outra categoria que merece destaque são os adesivos para tratamento de acne, toalhas umedecidas 99% água na composição e toalhas para limpeza doméstica (multiuso, limpa vidros e limpa banheiros)”, finaliza.

Fonte: Guia da Farmácia

Private Label Brazil Feira de Marcas Próprias

Do croissant ao detergente, supermercados chineses adotam produtos de marca própria para vender mais

Gigantes do varejo na China usam táticas de redes internacionais como a Aldi para estimular o consumidor do país a gastar mais

Os croissants baratos e os detergentes sem marca que impulsionam os varejistas de desconto nos EUA e na Europa agora ocupam as prateleiras na China, onde redes em dificuldades apostam em marcas próprias para reconquistar clientes.

Antes dominados por hipermercados repletos de produtos de marca, varejistas de Walmart e Wumart a Freshippo, do Grupo Alibaba, estão enxugando custos, reduzindo a complexidade e impulsionando suas próprias linhas, a categoria conhecida como marcas próprias, que pode igualar ou superar a qualidade das marcas estabelecidas.

Eles apostam que o manual de estratégias lapidado por varejistas de descontos alemães como Aldi e Lidl — e até pela americana Whole Foods, da Amazon, que expandiu sua marca econômica 365 by Whole Foods Market até Cingapura — pode reanimar uma desaceleração persistente do consumo na China, à medida que a incerteza econômica leva consumidores a cortar gastos.

Mais sensíveis a preços

As vendas dos 100 maiores operadores chineses de comércio ficaram estáveis no ano passado, enquanto a quantidade de lojas caiu quase 10%, segundo a China Chain Store & Franchise Association, uma associação comercial do país.

As marcas próprias costumam vender por menos que as marcas conhecidas ao eliminar intermediários, como distribuidores, e manter embalagens simples para reduzir custos de marketing.

— Os consumidores chineses estão ficando mais sensíveis a preços, pois esperam ganhar menos em uma economia em desaceleração. Estão mais racionais agora — disse Jason Yu, diretor-gerente da CTR Market Research em Xangai. — O crescimento da busca por custo-benefício gera enorme demanda por lojas de desconto.

Walmart abre lojas comunitárias na China

Em setembro, o Walmart abriu sua quarta loja comunitária em Shenzhen, mirando consumidores de classe média com —qualidade confiável— e —preços de tirar o fôlego—. A empresa acelera reformas, dizendo que os pontos de venda estão remodelando a experiência de compra.

Menores que hipermercados, essas lojas têm layout mais simples e prateleiras carregadas de produtos Marketside, de bombas de creme a suco de uva por 9,99 yuans (US$ 1,40 ou R$ 7,48).

Já a controladora da Wumart, a Wumei, lançou lojas econômicas em Pequim. A Freshippo tem 300 lojas sob a bandeira de descontos Chaohesuan NB, onde marcas próprias respondem por 60% das vendas, e planeja acelerar a expansão.

A Yonghui Superstores, quarta maior rede de supermercados, está reformando lojas inspirada na butique Pangdonglai, que conquistou seguidores com marcas próprias e operações enxutas.

A própria europeia Aldi dobrou as vendas na China no ano passado — o crescimento mais rápido entre os 100 maiores operadores — e vai se expandir para mais duas cidades além de Xangai.

A rede para membros Sam’s Club é outro exemplo no setor em dificuldades, impulsionando o crescimento das vendas totais do Grupo Walmart China em parte por meio do desenvolvimento de marcas próprias.

Confira a reportagem completa no portal O Globo.