Laryssa Sumer, da XP, afirma que o formato vencedor no Brasil procura oportunidades para aumentar rentabilidade
Um relatório recém-divulgado pela XP sobre o varejo alimentar aponta que há uma tendência do atacarejo de se colocar em suas prateleiras marcas próprias. A deterioração macroeconômica impulsiona ainda mais esta iniciativa.
Laryssa Sumer, analista de varejo da XP, que participou do programa Morning Call da XP, explica que o atacarejo é um formato de vendas essencialmente de produtos alimentícios que no Brasil vem sendo vencedor.
Rentabilidade
“É o formato que mais cresce e é bem-sucedido no país”, afirmou. “Todos esses formatos de baixo custo, como eles operam a preços menores, eles acabam se aproveitando da marca própria para trazer maior rentabilidade para o negócio. Os players no Brasil já estão se aproveitando dessa oportunidade”, destacou.
Mas há desafios logísticos a serem vencidos com a implantação de produtos de marcas próprias pelo atacarejo, ressalta o relatório da XP.
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Outro ponto abordado pelo documento refere-se ao avanço do e-commerce. A analista avalia que ao contrário do que se possa pensar, plataformas acabam sendo facilitadoras para as varejistas.
“As varejistas estão tentando entrar no universo digital, mas muitas vezes ela acaba tendo alguma dificuldade em penetrar nesse mundo online”, disse.
Plataformas digitais
“E a gente vê algumas plataformas digitais, como Mercado Livre e iFood, como bem posicionadas para capturar esse mercado digital como uma parceria das varejistas tradicionais. Essa é uma tendência do varejo alimentar brasileiro”, pontuou.
Uma outra tendência que se ensaia no varejo global é de os supermercados venderem medicamentos. “Aqui no Brasil há várias questões regulatórios que impedem isso”, esclareceu Laryssa Sumer.
“Mas nos Estados Unidos, o que se passa é que se constrói uma farmácia dentro do supermercado. Isso gera um investimento em pessoal porque tem que equipar a loja para vender medicamentos. Assim, o ganho (do supermercado) não seria de rentabilidade, mas de fidelidade do consumidor”, analisou.