Private Label Brazil Feira de Marcas Próprias

Na América Latina, marcas comerciais vêm perdendo em ocasião, em contraste com maior relevância de private label

Na América Latina, apenas 41% das marcas comerciais estão conquistando novas ocasiões, o menor nível em 5 anos, de acordo com a mais recente edição do Consumer Insights 2025, da Worldpanel by Numerator.

O relatório trimestral analisa o comportamento dos consumidores da região nas categorias de alimentos, bebidas, produtos de limpeza e itens de higiene e beleza em nove mercados, incluindo o Brasil.

Ainda que a região encare a incerteza decorrente do contexto macroeconômico, o cenário é positivo, dada a estabilidade dos níveis de desemprego e inflação, por exemplo. O levantamento chama a atenção pelo 11° semestre de crescimento consecutivo ante a uma expectativa de declínio.

Resultados indicam que o consumidor não está deixando de comprar categorias, mas estão realizando aquisições em maior volume, com alta de 1,6% em bens massivos. Em 2024, 55% das categorias cresciam na América Latina. Já neste ano, o percentual foi de 34.

Enquanto as marcas comerciais registraram uma perda de 300 milhões de ocasiões, há um destaque para as marcas de private label, com um ganho de 100 milhões, com crescimento acelerado em países como Equador, Chile e Colômbia. Destaque também para marcas premium que, assim como as proprietárias, crescem no Brasil.

Uma das justificativas para o cenário de forma geral, segundo Marcela Botana, diretora de desenvolvimento de mercado na América Latina da Worldpanel by Numerator, são novos canais e formatos de varejo, como supermercados e minimercados com ofertas de preços mais baixos e marcas próprias.

Neste sentido, defende Marcela, é preciso entender o que o consumidor está buscando, sobretudo em meio a um contexto de fragmentação: pessoas estão podendo eleger e experimentar mais marcas (90%), dada a variedade de canais — uma média anual de 9,5 — e quase cem opções de compra, ao mesmo tempo em que a frequência diminui. “Como marca, é mais difícil a manutenção de uma categoria e volume”, diz.

Os canais com maior propensão para crescimento incluem digital, conveniência, value for money e farmácias. Por outro lado, discounters (com perda de penetração devido à um declínio no Brasil), cash&carry e e-commerce são os que sustentam a frequência de compra, tendo ganho coletivamente 500 milhões de ocasiões de compra. Formatos tradicionais encararam uma retração de 14%.

Para o comércio eletrônico, há um potencial de crescimento na América Latina à medida em que a região encara uma melhora econômica.

Quanto às marcas, 95% estão ganhando penetração na América Latina: 46% delas cresceram apenas em compradores, enquanto outras 49% também viram um aumento em frequência. Apesar disso, só um terço delas é capaz de manter um crescimento sustentável em um período de dois anos.

A complexidade dessa equação, afirma Marcela, está maior a cada ano. Com muitos ocasionais, há uma forte rotação de compradores, o que força as marcas a estarem mais distribuídas, com modelos para mensurar crescimento em penetração e ações também fragmentadas para acompanhar o comportamento de consumo.

Mesmo que não seja uma garantia, o relatório aponta que há maior chance de crescimento para aquelas que marcam presença em mais de metade dos canais. Alguns exemplos que provam que a diversificação é eficaz são as marcas como PepsiCo, Nestlé e Bimbo. Ainda assim, é preciso conquistar ocasiões de compra em diversos deles.

Para Mara Schuvaks, diretora comercial da Worldpanel by Numerato para América Larina, a região é movida por inovação, sendo investimentos imprescindíveis para alcançar mais consumidores e estimular mais momentos de consumo, por exemplo.

Fonte: Meio & Mensagem

Como Decathlon pretende ampliar portfólio ‘Ecodesign’ e conciliar faturamento com metas verdes

Como Decathlon pretende ampliar portfólio ‘Ecodesign’ e conciliar faturamento com metas verdes

Itens de marcas próprias com selo de menor impacto ambiental registraram crescimento de vendas em 2025 frente aos demais produtos

Com compromissos públicos de sustentabilidade na operação global em mais de 60 países, a varejista francesa Decathlon pretende expandir a presença de produtos feitos com menor impacto ambiental nas 50 lojas brasileiras e e-commerce, por meio de suas marcas próprias, para todas as suas linhas.

Para o Estadão, executivos da companhia de artigos esportivos disseram que os itens identificados nas prateleiras com o selo “Ecodesign” têm ganhado o interesse do consumidor, registrando importante crescimento nas vendas frente às demais peças.

Em todo o ano de 2024, 42,2% dos produtos vendidos no Brasil vieram de produção “Ecodesign”. Já no primeiro semestre de 2025, o número saltou para 52%. O volume posiciona a subsidiária brasileira em 12 pontos porcentuais acima da média de vendas desses artigos nos demais países.

No Brasil, 23% do faturamento da companhia vem das peças produzidas localmente, e quase metade delas já seguem os critérios de menor impacto ambiental, segundo dados da companhia. A empresa não divulga valores específicos do balanço da varejista no País.

No faturamento global (compreendendo os 60 países), a companhia registrou € 16,2 bilhões (o equivalente a pouco mais de R$ 102 bilhões) no ano de 2024. O lucro global foi de € 787 milhões (R$ 4,4 bilhões).

“Tivemos muitas conversas sobre como crescer sem impactar o meio ambiente, sendo coerente com a nossa trajetória. E chegamos à conclusão de que tínhamos que reduzir o impacto por pessoa, por artigo esportivo”, afirma o CEO da companhia no Brasil, Cédric Burel. “Conseguindo que cada um dos produtos consuma menos dióxido de carbono na sua cadeia completa, reduzimos o impacto. Assim, conseguimos resolver a equação de crescer impactando menos.”

Inicialmente, a companhia trabalhava com a meta de chegar a 100% de produtos mais ecológicos à venda até 2026, mas houve uma reavaliação. “Quando a meta foi estabelecida, ela foi muito ambiciosa porque, se não colocássemos uma ambição, não iríamos sair do lugar. (Hoje) quando falamos de 100%, queremos dizer que não vamos deixar uma categoria de produtos sem fazer esse trabalho de repensar (a produção), isso não será feito só com uma linha de produtos.”

A escala na produção menos poluente poderá sair do segmentos de meias e têxtil, que são responsáveis por 70% do faturamento dentre o que é fabricado no Brasil, explica a diretora de zona de produção na América, Dânia Hage. “Hoje, de todos os componentes têxteis desenvolvidos no Brasil, já temos soluções (sustentáveis) para 83% deles. Então, se conseguirmos atingir o têxtil, chegaremos no Brasil em 80%, mais ou menos, da nossa meta. Estamos mais focados nisso do que em um indicador preciso”, pondera.

Confira a reportagem completa no Estadão // Foto: Gabriel Alves/Decathlon

 

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Varejo e serviços surpreendem em janeiro. O que esperar para 2024?

Varejo pode movimentar mais de R$ 530 bilhões em 2025

Levantamento anual IPC Maps projeta potencial de consumo nacional e aponta crescimento de 11,3% no varejo

O varejo deve movimentar cerca de R$ 532,1 bilhões em 2025. O número é fruto do estudo anual IPC Maps, desenvolvido pela IPC Marketing Editora, que usa dados oficiais e softwares de geoprocessamento em uma metodologia própria para projetar o potencial de consumo nacional.

Nesse sentido, o montante de R$ 532,1 bilhões se refere ao que as famílias brasileiras devem gastar no varejo ao longo do ano. O número é 11,3% maior que o projetado em 2024.

Apesar do avanço no consumo, o estudo registrou uma queda no número de comércios varejistas. O movimento foi puxado pelos microempreendedores individuais (MEIs). Em um ano, houve uma redução de 6,6% de varejistas dessa natureza jurídica.

Em termos de representatividade, o setor de vestuário lidera o índice de potencial de consumo e pode responder por R$ 182, 7 bilhões. Na sequência, aparecem móveis e artigos para o lar (R$ 113,1 bilhões), eletroeletrônicos (R$ 110 bilhões) e calçados (R$ 73,4 bilhões).

Já na análise por estados, São Paulo lidera com R$ 138,87 bilhões em potencial de consumo em 2025. Minas Gerais (R$ 55,6 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 38 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 35,9 bilhões) e Paraná (R$ 34,7 bilhões) completam o top cinco do ranking.

Confira a reportagem completa no Meio & Mensagem

E-commerce no Brasil atinge R$ 100,5 bilhões no primeiro semestre de 2025

E-commerce no Brasil atinge R$ 100,5 bilhões no primeiro semestre de 2025

A ABComm projeta um desempenho ainda mais expressivo para o segundo semestre, impulsionado pelas datas sazonais como Black Friday e Natal

Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o e-commerce brasileiro movimentou R$ 100,5 bilhões no primeiro semestre de 2025. Esse valor é resultado do avanço da digitalização, impulsionado pela diversificação dos meios de pagamento e pelo aumento da confiança dos consumidores em ambientes virtuais.

No período, foram contabilizados mais de 191 milhões de pedidos, com ticket médio de R$ 540. O número de compradores superou 41 milhões, reforçando a relevância do e-commerce como um canal de consumo para diferentes públicos.

Expectativa do 2º Semestre

A ABComm projeta um desempenho ainda mais expressivo para o segundo semestre, impulsionado pelas datas sazonais como Black Friday e Natal, além de eventos esportivos internacionais, e também o impacto positivo do Drex, o real digital do Banco Central, que poderá ampliar a inclusão financeira e facilitar as transações, segundo informações do portal Exame.

“O e-commerce brasileiro vive um momento de consolidação e inovação. As empresas estão investindo em experiência de compra, logística e novas tecnologias, enquanto os consumidores demonstram cada vez mais confiança no ambiente digital. Essa combinação fortalece o setor e amplia seu papel na economia nacional”, comenta Fernando Mansano, presidente da ABComm.

Fonte: Giro News

Assaí investe na região Norte com novo CD e loja em Manaus (AM)

Consumidor corta custos e Assaí responde com marcas próprias

Para enfrentar essa nova realidade e manter a competitividade, o Assaí anunciou que lançará, ainda neste segundo semestre, uma linha de marca própria

Na semana passada, o Assaí Atacadista divulgou os resultados financeiros do segundo trimestre de 2025, trazendo à tona não apenas números, mas também reflexões sobre o comportamento do consumidor e os desafios enfrentados pelo setor de varejo alimentar.

Diante de um cenário econômico apertado, marcado por altos juros e pela crescente popularidade das apostas online, a empresa demonstrou preocupação com o enfraquecimento da renda das famílias brasileiras.

Esse ambiente tem levado os consumidores a substituírem produtos por versões mais baratas, movimento que impacta diretamente o desempenho das redes de atacarejo. E por isso, a empresa pretende lançar marcas próprias, que pode permitir a oferta de preços menores.

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Os dados do trimestre revelaram um crescimento de 4,6% nas vendas em lojas físicas, percentual considerado aquém das expectativas da própria companhia, especialmente quando comparado à inflação do período.

A avaliação interna é de que o chamado “trade down”, que é quando o consumidor opta por itens mais acessíveis, continua a ganhar força, principalmente em regiões como o Nordeste.

A empresa também apontou que parte significativa da renda das famílias está sendo direcionada para apostas esportivas, em detrimento da compra de alimentos e produtos essenciais.

Para enfrentar essa realidade e manter a competitividade, o Assaí anunciou que lançará, ainda neste segundo semestre, uma linha de marca própria. A estratégia visa não só oferecer preços mais atrativos, mas também ampliar as margens de lucro da empresa.

A ideia é reforçar o poder de negociação com fornecedores e apresentar alternativas que caibam no bolso do consumidor sem sacrificar tanto a qualidade. Isso porque produtos de marca própria costumam ser ofertados a preços menores.

A marca própria é uma aposta para fidelizar clientes em um momento em que a sensibilidade ao preço está mais elevada do que nunca. Trata-se de uma estratégia comum já utilizada por muitas redes de supermercados em todo o país e no mundo.

Além de marcas próprias, Assaí também deseja vender medicamentos

Outro ponto abordado pela companhia foi a movimentação do setor varejista em direção à venda de medicamentos em supermercados, algo que ainda esbarra em barreiras regulatórias.

O presidente do Assaí, Belmiro Gomes, afirmou que a empresa vê viabilidade operacional para essa iniciativa, caso a legislação permita no futuro. Vale lembrar que atualmente somente farmácias podem vender medicamentos.

Segundo ele, a estrutura complexa exigida para comercializar remédios já é semelhante àquela presente em setores como açougues, que demandam equipamentos específicos e mão de obra especializada.

Diante de um consumidor mais cauteloso e um cenário de concorrência acirrada, o Assaí se prepara para ajustar sua operação, oferecendo mais valor por menos, e buscando novas frentes de crescimento.

Fonte: Tribuna de Minas

Por que o consumidor está confiando cada vez mais em marcas próprias?

Impulsionadas pela mudança de comportamento do shopper e por estratégias mais sofisticadas dos varejistas, as marcas próprias conquistam espaço nas gôndolas

Nos últimos anos, as marcas próprias deixaram de ser vistas apenas como alternativas de menor preço e passaram a ocupar uma posição estratégica nos supermercados brasileiros. Essa mudança de percepção é resultado de uma combinação de fatores: avanços na comunicação com o público-alvo, melhoria na qualidade dos produtos e um cenário econômico que exige escolhas mais racionais do consumidor.

Como explica Olegário Araújo, pesquisador do Centro de Excelência em Varejo da FGV (FGVcev), em momentos de aperto no orçamento, o consumidor tende a experimentar alternativas mais acessíveis e pode acabar descobrindo que a marca própria entrega tanto quanto — ou até mais — que as líderes de mercado.

De acordo com Minoru Wakabayashi, CEO da Shopping Brasil, empresa de pesquisa de ofertas no país, o principal gatilho para a adoção das marcas próprias no Brasil ainda é o preço. Porém, quando o consumidor percebe que a qualidade é comparável à das marcas tradicionais, ele tende a incorporar essas opções ao seu consumo regular. A experiência internacional reforça esse argumento: em países como a Alemanha, marcas próprias chegam a representar mais de 80% da receita de redes como a Aldi, impulsionadas pela percepção positiva de qualidade. No Brasil, embora a penetração ainda seja menor, algumas redes de grande porte já atingem até 17% de ofertas baseadas em suas marcas próprias.

A conquista da confiança, no entanto, vai além do custo-benefício. Araújo destaca que a comunicação eficiente, o conhecimento do público-alvo e a consistência na entrega são fundamentais. “A marca própria não é mais um produto. É o produto!”, resume o especialista.

Para garantir fidelidade, é necessário manter a qualidade prometida e evitar rupturas, já que, diferente das grandes marcas, o consumidor não encontra a marca própria em qualquer lugar. Uma boa estratégia inclui, ainda, trabalhar vínculos emocionais com o shopper e posicionar a marca como solução real, e não apenas como substituto.

Ainda assim, a fidelização não é garantida. Wakabayashi alerta que, no Brasil, o comportamento do consumidor é altamente influenciado por promoções. O hábito de buscar “vantagens” pode levá-lo a experimentar uma marca própria num momento de escassez, mas também a abandoná-la em favor de uma oferta atrativa de uma marca tradicional. Por isso, é necessário entender bem os perfis de consumo e a sensibilidade de cada categoria: itens com apelo emocional, como chocolates e produtos infantis, tendem a gerar mais resistência à troca.

Ao colocar o shopper no centro da estratégia e investir em qualidade, comunicação e sortimento inteligente, os supermercados não só fortalecem suas marcas próprias, como também criam um relacionamento mais sólido e duradouro com o cliente.

Fonte: Super Varejo

Em nova promoção, OXXO seleciona ilustração de fãs para estampar marca própria de café

Em nova promoção, OXXO seleciona ilustração de fãs para estampar marca própria de café

Vencedor vai figurar na comunicação visual da marca andatti, criada pela rede

Em uma ação de aproximação com o público, a rede de mercados OXXO confirmou que vai selecionar a ilustração de um de seus consumidores para ilustrar os copos da andatti, a marca de cafés exclusiva da marca.

A ideia é que os participantes criem um vídeo para publicação nas redes sociais, dentro dos parâmetros estipulados pela rede, seguido do preenchimento de um formulário publicado em uma página dedicada à promoção.

Criada em novembro do ano passado, a andatti segue o conceito de private label praticado por diversos outros mercados pelo Brasil: a ideia é criar uma nova opção de produto que concorra com os produtos de grandes produtoras — às vezes pelo preço mais acomodável, às vezes pela disponibilidade maior.

Essa ação não vem à toa: o Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo, atrás apenas dos EUA — e mesmo neste caso, mais de um terço do café estadunidense vem da importação de sacas do Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o consumo de café por aqui cresceu 1,11% no período entre novembro de 2023 e outubro de 2024, totalizando cerca de 21,91 milhões de sacas de 60kg.

Paralelamente, dados da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (ABMAPRO) mostram que os produtos de marca própria já estão presentes em mais de 40% dos lares brasileiros.

Unindo as duas preferências, a linha andatti se apresenta como uma opção bastante viável, considerando o volume de presença da rede de mercados no Brasil.

Daí a promoção: segundo a OXXO, três ilustrações serão selecionadas para estampar os copos do café. Mais além, os vencedores receberão R$ 1 mil em cupons digitais (quatro cupons de R$ 250,00 cada) para compras no site ou app do OXXO. O resultado será divulgado até 29 de agosto nos canais oficiais da marca. Importante frisar que os participantes devem residir no estado de São Paulo.

“Queremos dar aos nossos consumidores um espaço para se expressarem artisticamente e deixarem sua marca em algo que faz parte da rotina de milhares de pessoas todos os dias. Os copos andatti passam a carregar não apenas café, mas também histórias e criatividade”, comenta Camila Assis, head de marketing e comunicação externa do OXXO.

Fonte: Promoview

O avanço das marcas próprias e a nova dinâmica da concorrência

O avanço das marcas próprias e a nova dinâmica da concorrência

A preferência por produtos com este perfil cresce no Brasil, impulsionada por experiência de compra, inovação e confiança do consumidor

As marcas próprias ganham cada vez mais espaço no varejo supermercadista brasileiro nos últimos anos, tendência impulsionada principalmente pela busca do consumidor por produtos que ofereçam uma boa relação entre qualidade e preço. E esse crescimento tem alterado significativamente o cenário da concorrência nas gôndolas. “O consumidor brasileiro está cada vez mais atento à relação entre qualidade e preço, e esse novo olhar tem impulsionado significativamente o crescimento das marcas próprias no país”, afirma Rodrigo Galdeano, diretor Comercial do St. Marche.

Enquanto em mercados mais maduros as marcas próprias já lideram em preferência, no Brasil elas ganham força gradualmente, acompanhando a maior abertura do público à experimentação. “Hoje, a marca própria deixou de ser apenas uma alternativa acessível. No St. Marche, ela se tornou uma escolha estratégica do próprio cliente”, explica Galdeano. Segundo ele, essa confiança é resultado de um trabalho consistente, que vai desde a curadoria até o desenvolvimento de produtos, com foco em valor percebido e inovação.

Esse movimento impacta diretamente a concorrência, desafiando marcas tradicionais a revisarem seus posicionamentos e estratégias. O St Marche, por exemplo, já oferece mais de 200 itens de marca própria distribuídos em mais de 50 categorias, de hortifrúti a chocolates, passando por frios, biscoitos e sorvetes. A expansão diversificada cria um novo padrão de exigência e amplia o leque de opções competitivas, transformando as marcas próprias em protagonistas de muitas categorias.

Algumas áreas se destacam pelo crescimento mais acelerado, especialmente aquelas alinhadas com tendências de consumo consciente e saudabilidade. “Temos observado um crescimento em categorias como sucos, hortifrúti e produtos saudáveis”, comenta Galdeano. Essa movimentação reforça o apelo da marca própria não apenas como solução de preço, mas como alternativa inovadora, alinhada aos valores e hábitos do novo consumidor.

Além disso, a mudança no comportamento do consumidor sido essencial para sustentar essa evolução. “Nosso cliente está mais receptivo, especialmente quando há uma comunicação clara e a oportunidade de experimentar o produto em loja”, explica Galdeano. Esse engajamento permite que, ao conhecerem a qualidade da marca própria, muitos consumidores passem a adotá-la como primeira opção, até mesmo superando a percepção sobre marcas tradicionais. Diante disso, é possível afirmar que a ascensão das marcas próprias vai além da tendência, trata-se de uma transformação estrutural no modo como os brasileiros consomem.

Fonte: Super Varejo

Marcas próprias representam 21% do faturamento do GPA; em 2028, elas devem ultrapassar mais de R$ 5 bi

Marcas próprias representam 21% do faturamento do GPA; em 2028, elas devem ultrapassar mais de R$ 5 bi

Nova linha prioriza qualidade e busca aprovação total em testes cegos realizados pela companhia. Alguns produtos poderão ter preços até 30% inferiores aos concorrentes, mas o posicionamento não será pautado apenas pelo custo

A nova linha prioriza qualidade e busca aprovação total em testes cegos realizados pela companhia. Alguns produtos poderão ter preços até 30% inferiores aos concorrentes, mas o posicionamento não será pautado apenas pelo custo

As marcas próprias respondem por 21% do faturamento do GPA e representam 26,4% desse mercado no Brasil. A meta é alcançar 25% de participação interna até 2028, algo que representa um valor acima dos R$ 5 bilhões, considerando o faturamento de R$ 20 bilhões alcançado em 2024.

Diante dessa alta representatividade, o GPA acaba de ampliar seu portfólio com o lançamento da linha “Pão de Açúcar”, posicionada no segmento premium. Inicialmente, 5 produtos já estão disponíveis em todas as lojas da bandeira, e a meta é encerrar 2025 com mais de 80 itens no portfólio.

A estratégia busca fortalecer o relacionamento com clientes de alta renda, que representam 70% do faturamento da rede. Segundo a companhia, a presença de marcas próprias aumenta a recorrência de compra, complementando o papel das promoções e do sortimento na atração de consumidores às lojas.

O lançamento ocorre em um cenário em que a busca por melhor custo-benefício se intensifica, atingindo também consumidores com maior poder aquisitivo. A experiência com a linha Qualitá Exclusivo, lançada há cerca de um ano, indicou potencial para ampliar a oferta de produtos premium.

A nova linha prioriza qualidade e busca aprovação total em testes cegos realizados pela companhia. Alguns produtos poderão ter preços até 30% inferiores aos concorrentes, mas o posicionamento não será pautado apenas pelo custo.

A marca será vendida exclusivamente nas lojas Pão de Açúcar, Minuto Pão de Açúcar e Pão Fresh, ficando fora das unidades Extra. Em casos específicos, alguns itens poderão ser disponibilizados apenas em lojas classificadas como super premium.

Para atender ao padrão estabelecido, a empresa negocia com fornecedores internacionais. Cerca de metade dos 80 produtos previstos será importada. Apesar de reconhecer que o câmbio é um desafio, a companhia avalia que os preços seguirão competitivos em relação a outros produtos premium disponíveis no Brasil.

A recente desvalorização do dólar frente ao real favorece importações, mas o GPA monitora riscos geopolíticos que possam impactar custos. A avaliação da empresa é que, mesmo com eventual aumento de preços, a nova marca poderá se manter competitiva dentro do segmento.

Alinhado ao consumidor premium, a rede reinaugurou 11 de suas unidades com um novo conceito de loja premium. O projeto inclui curadoria de produtos nacionais e importados, ambientação mais sofisticada e serviços inéditos, como o especialista em FLV, profissional que auxilia o cliente na escolha ideal de frutas, legumes e verduras conforme o uso desejado.

Fonte: Valor

Marcas próprias em alta: o que realmente está em jogo no novo xadrez do consumo?

Marcas próprias em alta: o que realmente está em jogo no novo xadrez do consumo?

O consumidor deixou de associar marcas próprias à qualidade inferior. Ao contrário: passou a transferir ao produto a confiança que já deposita no varejista

Se alguém ainda duvida da força das marcas próprias no varejo, talvez precise rever o que entende por fidelidade do consumidor. O jogo virou silenciosamente, é verdade, mas com força suficiente para tirar o sono de grandes fabricantes. Não estamos apenas diante de uma estratégia de precificação. Estamos assistindo a uma mudança de cultura de consumo que exige ação imediata das marcas tradicionais.

De acordo com um estudo recente da Kantar, 99,9% dos lares americanos já consomem marcas próprias. Ponto. O dado não é apenas alto; ele é quase absoluto. E, mais do que isso, se apenas 10% dos compradores ocasionais se tornarem recorrentes, o impacto pode superar os US$ 8,7 bilhões em perda anual para marcas nacionais. Estamos falando de uma disrupção silenciosa e crescente.

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O que está por trás disso? Preço, claro. Mas não só. O consumidor deixou de associar marcas próprias à qualidade inferior. Ao contrário: passou a transferir ao produto a confiança que já deposita no varejista. Grandes redes entenderam isso. Investiram em design, experiência, diferenciação. O resultado? Um novo patamar de percepção de valor. Hoje, 20% dos consumidores já enxergam as marcas próprias como premium.

As marcas nacionais estão diante de um dilema. Não adianta apenas abaixar preço ou repetir fórmulas antigas de publicidade. A diferenciação precisa ser real, tangível. E, principalmente, percebida. A inovação não pode ficar restrita aos planos e projetos, ela precisa chegar à gôndola. Não basta comunicar saúde e bem-estar: é preciso entregar de fato. Não adianta ter tradição se não houver conexão emocional com o consumidor.

A zona de conforto acabou. E é exatamente isso. Só sobreviverão as marcas que entenderem que não basta vender um produto. É preciso vender uma experiência. Um propósito. Uma confiança.

O futuro do consumo não será binário entre marcas próprias e marcas nacionais. Será seletivo. O consumidor vai escolher quem respeita sua inteligência e entrega o que promete. E quem não entender isso, ficará para trás.

Fonte: Mundo do Marketing