Christiane Bistaco, diretora de negócios da Época Cosméticos, e Rosângela Silva, criadora da marca Negra Rosa, destacam desafios e oportunidades do e-commerce para a indústria da beleza
O mercado de beleza e cuidados pessoas no Brasil é o quarto maior do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão, segundo dados da Euromonitor. E a tendência é que ele continue em ascensão. Atualmente, o País é responsável pela receita de US$ 24,56 bilhões, e é projetado um crescimento de 5,96% até 2027, de acordo com a WGSN.
Um período que teve impacto direto nessa indústria foi o da pandemia de Covid-19. Entre 2020 e 2021, diversos estabelecimentos de beleza tiveram que fechar as portas, porém, o consumo não parou. Na realidade, ele se transformou. As pessoas passaram a cuidar de si próprias em casa.
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Na visão de Rosângela Silva, criadora da marca Negra Rosa – marca de cosméticos focada em produtos para pessoas negras e adquirida pela Farmax em 2022 – o comportamento de consumo nesse período passou por uma mudança perceptível: as pessoas deixaram de comprar maquiagem e focaram em produtos para cabelo.
A isso fez com que as marcas tivessem que se adaptar. “Tivemos que analisar rapidamente o que estava acontecendo para focar no produto certo pra nossa consumidora”. Rosângela, no entanto, enfatizou que o mercado de maquiagem voltou a se aquecer após o fim da pandemia.
Outra categoria que ganhou muita força durante esse período foi a de skincare, muito puxada pela onda de autocuidado e bem-estar. Neste sentido, Christiane Bistaco, diretora de negócios da Época Cosméticos – e-commerce de beleza adquirido pelo Magalu em 2013 – enfatizou que o consumidor passou a se preocupar cada vez mais com a saúde. “Houve uma mudança para ele [consumidor] querer entender o que estava colocando na pele”.
E o aquecimento dessas categorias neste período só aconteceu por uma razão: o boom do e-commerce. Neste contexto, operações de e-commerce de beleza, como a Época Cosméticos, ganharam ainda mais relevância e, consequentemente, mercado. “A operação hoje da Época é sete vezes maior do que em 2019”, revelou Christiane. “Além da mudança de comportamento do que o consumidor estava buscando, houve uma mudança de onde ele estava buscando”.
Consumidores mais exigentes
Além do aquecimento do e-commerce, as informações sobre produtos de beleza e dermocosméticos se multiplicaram pela internet e redes sociais, principalmente, impulsionadas pelos conteúdos produzidos por influenciadores digitais.
Diversas criadoras de conteúdo especializadas nessa indústria, inclusive, passaram para o outro lado da bancada, ao lançar suas marcas próprias. Grandes cases nesse sentido foram: Camila Coutinho, Boca Rosa, Mari Maria, Bruna Tavares e Niina Secrets.
Com tanta informação sobre novos produtos circulando, o consumidor está cada vez mais exigente com a sua escolha. Neste contexto, Rosângela argumentou que as marcas têm a missão de explicar os benefícios de cada produto. “Isso é bom, porque cada vez mais as marcas também vão buscar ingredientes que façam bem a saúde do seu cliente”, complementou.
Christiane concorda que esse movimento da democratização da informação sobre beleza é positivo, uma vez que forçou a própria Época Cosméticos a aumentar o seu nível de exigência com as marcas que trabalha. “Estamos cada vez mais exigentes no mínimo de informação que temos que prover para o consumidor final”, reforçou.
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Foto: Rosângela Silva, criadora da marca Negra Rosa, e Christiane Bistaco, diretora de negócios da Época Cosméticos (Crédito: Eduardo Lopes/Máquina da Foto)