Por que o consumidor está confiando cada vez mais em marcas próprias?

Impulsionadas pela mudança de comportamento do shopper e por estratégias mais sofisticadas dos varejistas, as marcas próprias conquistam espaço nas gôndolas

Nos últimos anos, as marcas próprias deixaram de ser vistas apenas como alternativas de menor preço e passaram a ocupar uma posição estratégica nos supermercados brasileiros. Essa mudança de percepção é resultado de uma combinação de fatores: avanços na comunicação com o público-alvo, melhoria na qualidade dos produtos e um cenário econômico que exige escolhas mais racionais do consumidor.

Como explica Olegário Araújo, pesquisador do Centro de Excelência em Varejo da FGV (FGVcev), em momentos de aperto no orçamento, o consumidor tende a experimentar alternativas mais acessíveis e pode acabar descobrindo que a marca própria entrega tanto quanto — ou até mais — que as líderes de mercado.

De acordo com Minoru Wakabayashi, CEO da Shopping Brasil, empresa de pesquisa de ofertas no país, o principal gatilho para a adoção das marcas próprias no Brasil ainda é o preço. Porém, quando o consumidor percebe que a qualidade é comparável à das marcas tradicionais, ele tende a incorporar essas opções ao seu consumo regular. A experiência internacional reforça esse argumento: em países como a Alemanha, marcas próprias chegam a representar mais de 80% da receita de redes como a Aldi, impulsionadas pela percepção positiva de qualidade. No Brasil, embora a penetração ainda seja menor, algumas redes de grande porte já atingem até 17% de ofertas baseadas em suas marcas próprias.

A conquista da confiança, no entanto, vai além do custo-benefício. Araújo destaca que a comunicação eficiente, o conhecimento do público-alvo e a consistência na entrega são fundamentais. “A marca própria não é mais um produto. É o produto!”, resume o especialista.

Para garantir fidelidade, é necessário manter a qualidade prometida e evitar rupturas, já que, diferente das grandes marcas, o consumidor não encontra a marca própria em qualquer lugar. Uma boa estratégia inclui, ainda, trabalhar vínculos emocionais com o shopper e posicionar a marca como solução real, e não apenas como substituto.

Ainda assim, a fidelização não é garantida. Wakabayashi alerta que, no Brasil, o comportamento do consumidor é altamente influenciado por promoções. O hábito de buscar “vantagens” pode levá-lo a experimentar uma marca própria num momento de escassez, mas também a abandoná-la em favor de uma oferta atrativa de uma marca tradicional. Por isso, é necessário entender bem os perfis de consumo e a sensibilidade de cada categoria: itens com apelo emocional, como chocolates e produtos infantis, tendem a gerar mais resistência à troca.

Ao colocar o shopper no centro da estratégia e investir em qualidade, comunicação e sortimento inteligente, os supermercados não só fortalecem suas marcas próprias, como também criam um relacionamento mais sólido e duradouro com o cliente.

Fonte: Super Varejo

Em nova promoção, OXXO seleciona ilustração de fãs para estampar marca própria de café

Em nova promoção, OXXO seleciona ilustração de fãs para estampar marca própria de café

Vencedor vai figurar na comunicação visual da marca andatti, criada pela rede

Em uma ação de aproximação com o público, a rede de mercados OXXO confirmou que vai selecionar a ilustração de um de seus consumidores para ilustrar os copos da andatti, a marca de cafés exclusiva da marca.

A ideia é que os participantes criem um vídeo para publicação nas redes sociais, dentro dos parâmetros estipulados pela rede, seguido do preenchimento de um formulário publicado em uma página dedicada à promoção.

Criada em novembro do ano passado, a andatti segue o conceito de private label praticado por diversos outros mercados pelo Brasil: a ideia é criar uma nova opção de produto que concorra com os produtos de grandes produtoras — às vezes pelo preço mais acomodável, às vezes pela disponibilidade maior.

Essa ação não vem à toa: o Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo, atrás apenas dos EUA — e mesmo neste caso, mais de um terço do café estadunidense vem da importação de sacas do Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o consumo de café por aqui cresceu 1,11% no período entre novembro de 2023 e outubro de 2024, totalizando cerca de 21,91 milhões de sacas de 60kg.

Paralelamente, dados da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (ABMAPRO) mostram que os produtos de marca própria já estão presentes em mais de 40% dos lares brasileiros.

Unindo as duas preferências, a linha andatti se apresenta como uma opção bastante viável, considerando o volume de presença da rede de mercados no Brasil.

Daí a promoção: segundo a OXXO, três ilustrações serão selecionadas para estampar os copos do café. Mais além, os vencedores receberão R$ 1 mil em cupons digitais (quatro cupons de R$ 250,00 cada) para compras no site ou app do OXXO. O resultado será divulgado até 29 de agosto nos canais oficiais da marca. Importante frisar que os participantes devem residir no estado de São Paulo.

“Queremos dar aos nossos consumidores um espaço para se expressarem artisticamente e deixarem sua marca em algo que faz parte da rotina de milhares de pessoas todos os dias. Os copos andatti passam a carregar não apenas café, mas também histórias e criatividade”, comenta Camila Assis, head de marketing e comunicação externa do OXXO.

Fonte: Promoview

O avanço das marcas próprias e a nova dinâmica da concorrência

O avanço das marcas próprias e a nova dinâmica da concorrência

A preferência por produtos com este perfil cresce no Brasil, impulsionada por experiência de compra, inovação e confiança do consumidor

As marcas próprias ganham cada vez mais espaço no varejo supermercadista brasileiro nos últimos anos, tendência impulsionada principalmente pela busca do consumidor por produtos que ofereçam uma boa relação entre qualidade e preço. E esse crescimento tem alterado significativamente o cenário da concorrência nas gôndolas. “O consumidor brasileiro está cada vez mais atento à relação entre qualidade e preço, e esse novo olhar tem impulsionado significativamente o crescimento das marcas próprias no país”, afirma Rodrigo Galdeano, diretor Comercial do St. Marche.

Enquanto em mercados mais maduros as marcas próprias já lideram em preferência, no Brasil elas ganham força gradualmente, acompanhando a maior abertura do público à experimentação. “Hoje, a marca própria deixou de ser apenas uma alternativa acessível. No St. Marche, ela se tornou uma escolha estratégica do próprio cliente”, explica Galdeano. Segundo ele, essa confiança é resultado de um trabalho consistente, que vai desde a curadoria até o desenvolvimento de produtos, com foco em valor percebido e inovação.

Esse movimento impacta diretamente a concorrência, desafiando marcas tradicionais a revisarem seus posicionamentos e estratégias. O St Marche, por exemplo, já oferece mais de 200 itens de marca própria distribuídos em mais de 50 categorias, de hortifrúti a chocolates, passando por frios, biscoitos e sorvetes. A expansão diversificada cria um novo padrão de exigência e amplia o leque de opções competitivas, transformando as marcas próprias em protagonistas de muitas categorias.

Algumas áreas se destacam pelo crescimento mais acelerado, especialmente aquelas alinhadas com tendências de consumo consciente e saudabilidade. “Temos observado um crescimento em categorias como sucos, hortifrúti e produtos saudáveis”, comenta Galdeano. Essa movimentação reforça o apelo da marca própria não apenas como solução de preço, mas como alternativa inovadora, alinhada aos valores e hábitos do novo consumidor.

Além disso, a mudança no comportamento do consumidor sido essencial para sustentar essa evolução. “Nosso cliente está mais receptivo, especialmente quando há uma comunicação clara e a oportunidade de experimentar o produto em loja”, explica Galdeano. Esse engajamento permite que, ao conhecerem a qualidade da marca própria, muitos consumidores passem a adotá-la como primeira opção, até mesmo superando a percepção sobre marcas tradicionais. Diante disso, é possível afirmar que a ascensão das marcas próprias vai além da tendência, trata-se de uma transformação estrutural no modo como os brasileiros consomem.

Fonte: Super Varejo

Marcas próprias representam 21% do faturamento do GPA; em 2028, elas devem ultrapassar mais de R$ 5 bi

Marcas próprias representam 21% do faturamento do GPA; em 2028, elas devem ultrapassar mais de R$ 5 bi

Nova linha prioriza qualidade e busca aprovação total em testes cegos realizados pela companhia. Alguns produtos poderão ter preços até 30% inferiores aos concorrentes, mas o posicionamento não será pautado apenas pelo custo

A nova linha prioriza qualidade e busca aprovação total em testes cegos realizados pela companhia. Alguns produtos poderão ter preços até 30% inferiores aos concorrentes, mas o posicionamento não será pautado apenas pelo custo

As marcas próprias respondem por 21% do faturamento do GPA e representam 26,4% desse mercado no Brasil. A meta é alcançar 25% de participação interna até 2028, algo que representa um valor acima dos R$ 5 bilhões, considerando o faturamento de R$ 20 bilhões alcançado em 2024.

Diante dessa alta representatividade, o GPA acaba de ampliar seu portfólio com o lançamento da linha “Pão de Açúcar”, posicionada no segmento premium. Inicialmente, 5 produtos já estão disponíveis em todas as lojas da bandeira, e a meta é encerrar 2025 com mais de 80 itens no portfólio.

A estratégia busca fortalecer o relacionamento com clientes de alta renda, que representam 70% do faturamento da rede. Segundo a companhia, a presença de marcas próprias aumenta a recorrência de compra, complementando o papel das promoções e do sortimento na atração de consumidores às lojas.

O lançamento ocorre em um cenário em que a busca por melhor custo-benefício se intensifica, atingindo também consumidores com maior poder aquisitivo. A experiência com a linha Qualitá Exclusivo, lançada há cerca de um ano, indicou potencial para ampliar a oferta de produtos premium.

A nova linha prioriza qualidade e busca aprovação total em testes cegos realizados pela companhia. Alguns produtos poderão ter preços até 30% inferiores aos concorrentes, mas o posicionamento não será pautado apenas pelo custo.

A marca será vendida exclusivamente nas lojas Pão de Açúcar, Minuto Pão de Açúcar e Pão Fresh, ficando fora das unidades Extra. Em casos específicos, alguns itens poderão ser disponibilizados apenas em lojas classificadas como super premium.

Para atender ao padrão estabelecido, a empresa negocia com fornecedores internacionais. Cerca de metade dos 80 produtos previstos será importada. Apesar de reconhecer que o câmbio é um desafio, a companhia avalia que os preços seguirão competitivos em relação a outros produtos premium disponíveis no Brasil.

A recente desvalorização do dólar frente ao real favorece importações, mas o GPA monitora riscos geopolíticos que possam impactar custos. A avaliação da empresa é que, mesmo com eventual aumento de preços, a nova marca poderá se manter competitiva dentro do segmento.

Alinhado ao consumidor premium, a rede reinaugurou 11 de suas unidades com um novo conceito de loja premium. O projeto inclui curadoria de produtos nacionais e importados, ambientação mais sofisticada e serviços inéditos, como o especialista em FLV, profissional que auxilia o cliente na escolha ideal de frutas, legumes e verduras conforme o uso desejado.

Fonte: Valor

Marcas próprias em alta: o que realmente está em jogo no novo xadrez do consumo?

Marcas próprias em alta: o que realmente está em jogo no novo xadrez do consumo?

O consumidor deixou de associar marcas próprias à qualidade inferior. Ao contrário: passou a transferir ao produto a confiança que já deposita no varejista

Se alguém ainda duvida da força das marcas próprias no varejo, talvez precise rever o que entende por fidelidade do consumidor. O jogo virou silenciosamente, é verdade, mas com força suficiente para tirar o sono de grandes fabricantes. Não estamos apenas diante de uma estratégia de precificação. Estamos assistindo a uma mudança de cultura de consumo que exige ação imediata das marcas tradicionais.

De acordo com um estudo recente da Kantar, 99,9% dos lares americanos já consomem marcas próprias. Ponto. O dado não é apenas alto; ele é quase absoluto. E, mais do que isso, se apenas 10% dos compradores ocasionais se tornarem recorrentes, o impacto pode superar os US$ 8,7 bilhões em perda anual para marcas nacionais. Estamos falando de uma disrupção silenciosa e crescente.

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O que está por trás disso? Preço, claro. Mas não só. O consumidor deixou de associar marcas próprias à qualidade inferior. Ao contrário: passou a transferir ao produto a confiança que já deposita no varejista. Grandes redes entenderam isso. Investiram em design, experiência, diferenciação. O resultado? Um novo patamar de percepção de valor. Hoje, 20% dos consumidores já enxergam as marcas próprias como premium.

As marcas nacionais estão diante de um dilema. Não adianta apenas abaixar preço ou repetir fórmulas antigas de publicidade. A diferenciação precisa ser real, tangível. E, principalmente, percebida. A inovação não pode ficar restrita aos planos e projetos, ela precisa chegar à gôndola. Não basta comunicar saúde e bem-estar: é preciso entregar de fato. Não adianta ter tradição se não houver conexão emocional com o consumidor.

A zona de conforto acabou. E é exatamente isso. Só sobreviverão as marcas que entenderem que não basta vender um produto. É preciso vender uma experiência. Um propósito. Uma confiança.

O futuro do consumo não será binário entre marcas próprias e marcas nacionais. Será seletivo. O consumidor vai escolher quem respeita sua inteligência e entrega o que promete. E quem não entender isso, ficará para trás.

Fonte: Mundo do Marketing

Marca própria é pilar estratégico para fidelizar consumidor, diz CMO do Carrefour

Claudia Vilhena destaca papel da categoria na campanha dos 50 anos e no vínculo com o cliente

O Carrefour completa 50 anos no Brasil em 2025 com uma nova campanha que resgata o passado, mas mira o futuro. Com Marcos Mion como novo porta-voz e o retorno da icônica patinadora, a marca aposta em emoção, dados e presença multiplataforma para se reconectar com consumidores de diferentes gerações e ampliar a fidelização.

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À frente dessa transformação está Claudia Vilhena, que levou o Sam’s Club a superar 3,8 milhões de sócios em menos de três anos, aumentando a captação online de novos membros de 3% para 50% por meio de estratégia digital. Há oito meses como CMO do Carrefour Varejo e do Sam’s Club, Vilhena detalha a seguir a nova campanha do grupo, o papel da marca própria e a centralidade do CRM nos planos da empresa.

Qual é o foco da campanha dos 50 anos em termos de resultados para o negócio?

O objetivo da campanha é reconectar a marca com o consumidor. Presente no Brasil há 50 anos, o Carrefour foi pioneiro ao introduzir o modelo de hipermercado no país. Por conta do perfil alimentar local, a empresa seguiu um caminho mais focado em produto, preços e promoções, com menos ênfase na construção de marca. Isso faz sentido diante da realidade brasileira, marcada por desigualdade e inflação, em que muitas famílias enfrentam dificuldades para fechar o mês e fazer suas compras. Por isso, um dos grandes compromissos do grupo é garantir acesso à alimentação de qualidade, o que passa por uma estratégia promocional consistente, que permita ao cliente encontrar produtos acessíveis e superar momentos econômicos desafiadores, como o atual.

Soma-se a isso a necessidade de reconectar uma marca que evoluiu junto ao consumidor ao longo dos anos. Por isso, criamos uma campanha que mostra o que é o Carrefour: um grande varejista que trouxe ao Brasil inovações importantes, como a patinadora, o modelo de hipermercado, o acesso à alimentação de qualidade, o cartão de crédito próprio e o compromisso público de cobrir o menor preço. Trouxemos uma figura relevante para contar essa história e mostrar que ela vai além de promoções e produtos, passando também por uma reconexão emocional.

Quais indicadores serão usados para medir o impacto da campanha?

Analisaremos as vendas e transações realizadas, com foco nos resultados comerciais. Avaliaremos o incremento nas operações, o aumento do número de clientes nas lojas e o desempenho das vendas para verificar o retorno sobre o investimento. Também mediremos o reconhecimento da marca e o impacto da campanha, incluindo a repercussão da escolha do porta-voz após um período sem essa estratégia. Monitoraremos, portanto, tanto os indicadores de marca quanto os resultados financeiros, considerando o crescimento das transações, do fluxo de clientes e do volume de vendas.

A marca própria ganha protagonismo nas ativações de aniversário. Qual é o papel estratégico dessa categoria para o Carrefour hoje?

A marca própria é de grande importância para o Carrefour, especialmente no atual cenário econômico. Reúne qualidade e preços competitivos, ajudando os clientes a otimizar os gastos mensais. Atualmente, a empresa oferece uma variedade de produtos que vai de azeites, peixes enlatados e salgadinhos a biscoitos, massas, bomboniere, filé de polaca, frutas cítricas e frutas secas, somando mais de 3 mil SKUs no Carrefour. No Sam’s Club, são 800 itens sob a marca Member’s Mark. A estratégia busca oferecer itens atrativos, com bom custo-benefício, facilitando a compra completa em um único lugar e fortalecendo a fidelização. Realizamos testes com influenciadores e avaliadores independentes, que, de forma espontânea, têm reconhecido a qualidade e o preço acessível dos produtos da marca própria. Essa abordagem garante reforça o compromisso com o consumidor.

O Grupo Carrefour Brasil encerrou 2024 com cerca de 400 produtos lançados, em um movimento de crescimento consistente e com ampla adesão dos clientes. Atualmente, 62% dos consumidores têm produtos Carrefour na cesta de compras. No caso do Sam’s Club, o índice é ainda maior: 91,5% dos sócios ativos têm itens da marca própria Member’s Mark nos carrinhos. Em 2024, as marcas próprias Carrefour e Member’s Mark registraram aumento de 0,8 ponto percentual na participação em relação a 2023, com destaque para esta última, que cresceu 24% em vendas comparáveis (like for like). O último trimestre do ano também apresentou alta nas vendas dessas marcas.

Qual é a expectativa de crescimento em vendas com a valorização da marca própria ao longo da campanha?

Claro que, ao investir em uma figura pública, temos uma expectativa alta. Acreditamos em crescimento nas vendas no segundo semestre. Não divulgamos números porque não costumamos abrir projeções, mas confiamos que a presença de Marcos Mion, uma figura com grande empatia junto à população e forte conexão com nosso público-alvo, contribuirá para alcançar resultados importantes.

Quem faz parte desse público-alvo?

Esse público é formado principalmente por donas de casa, consumidoras que já têm relação com a marca, e também por jovens que se identificam com Mion. Temos uma expectativa grande de reconquistar clientes que, por algum motivo, deixaram de consumir no Carrefour, além de atrair esse público mais jovem que ainda não tem uma ligação próxima com a marca. Por isso, a expectativa é de crescimento expressivo tanto nas vendas quanto no número de clientes nas lojas.

Por que resgatar a figura da patinadora neste momento e como essa referência se encaixa na comunicação com novos públicos?

Quem nos ajudou a trazer de volta a patinadora foi o próprio cliente. Quando assumi a cadeira de CMO há oito meses, minha primeira ação foi entender os principais assets da marca e os pontos de conexão emocional que o Carrefour ainda mantinha, além da qualidade do produto e dos preços competitivos. Busquei as fortalezas construídas ao longo desses 50 anos, e a patinadora se destacou como um ícone querido e um asset forte da marca. Por isso, decidimos trazê-la de volta, junto com Marcos Mion, para ser o fio condutor não só da campanha dos 50 anos, mas também do que está por vir.

A patinadora representa exatamente o que buscamos ser: excelência no atendimento e foco em resolver os problemas do cliente. Ela é real, não apenas simbólica, e está presente em todos os nossos hipermercados, facilitando a vida. Se alguém esquece um produto no caixa, ela resolve. Se precisa pagar a fatura do cartão e só lembra na hora da compra, ela ajuda no balcão. É a personificação da solução de problemas em um espaço tão amplo quanto um hipermercado, que pode ter até nove mil metros quadrados. A patinadora já é uma realidade na entrega de excelência, e nossa intenção foi reforçá-la como ícone da marca. Mesmo fora das campanhas, ela já era uma referência.

Depois de reconectar com os clientes, como pretendem construir um vínculo mais duradouro com eles?

Um dos principais focos de desenvolvimento é o aprimoramento do CRM e da fidelização de clientes. Atualmente, o programa Meu Carrefour reúne 35 milhões de cadastrados e uma base expressiva de usuários ativos no aplicativo, que acessam a plataforma não apenas para aproveitar cashback e cupons, mas também para conferir ofertas personalizadas . O programa busca oferecer benefícios relevantes e fortalecer o vínculo com os consumidores.

Outra iniciativa é o “R$ 50 para quem tem 50”, que oferece cupons de desconto para clientes do programa Meu Carrefour nascidos em 1975, ano da fundação da marca no Brasil. Esse é um presente simbólico que reforça a valorização da fidelidade dos clientes. Além de uma brincadeira com os 50 anos, faz parte de uma estratégia sólida de CRM, que continuo liderando com base em dados e no desenvolvimento constante do relacionamento.

O que você destaca desses oito meses trabalhando como CMO?

O foco central do meu mandato como CMO nesses primeiros oito meses tem sido a reconexão da marca, por meio do uso de dados e CRM. A campanha, que conta com a participação do Marcos Mion, por exemplo, visa estabelecer uma conexão emocional com o consumidor, unindo o pilar afetivo à inteligência de dados para transformar o Meu Carrefour no maior programa de fidelidade do varejo alimentar. Portanto, o uso de dados e o fortalecimento do CRM são estratégicos não só para a celebração dos 50 anos, mas também para o futuro da marca.

Fonte: Exame // Foto: Divulgação/Carrefour

O crescimento das marcas próprias no varejo

Comportamento do consumidor: as 5 tendências que impactam marcas

Relatório global da Warc aponta comportamentos que devem orientar anunciantes, com destaque para confiança em criadores e IA

A Warc divulgou seu relatório anual ‘Global Consumer Trends 2025’, que analisa os principais fatores que devem impactar as decisões de compra dos consumidores nos próximos meses. O estudo combina dados da plataforma GWI em 54 mercadors com pesquisas próprias, análises e estudos de caso.

O documento destaca um consumidor mais consciente, que busca equilíbrio entre propósito, funcionalidade e custo. Em meio a um cenário econômico volátil, com incertezas sobre tarifas comerciais e aumento do custo de vida, o consumo passa a ser guiado por intenções mais claras e seletivas.

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Veja os cinco eixos identificados pelo relatório como essenciais para marcas e anunciantes:

1. Desigualdade no poder de compra redefine estratégias

O impacto da inflação e das tarifas afeta de forma desigual os consumidores. Nos EUA, os 10% mais ricos concentram quase metade dos gastos com consumo, enquanto as camadas mais baixas enfrentam cortes e priorizam produtos essenciais.

Segundo a GWI, 55% dos consumidores de baixa renda preferem marcas próprias mais baratas a produtos de marcas conhecidas. Entre os de alta renda, essa taxa cai para 40%. A tendência pressiona empresas a reavaliar seus públicos-alvo, modelos de precificação e diferenciação de valor.

Faris Yakob, cofundador da Genius Steals, observa que “muitas empresas estão reorganizando suas estratégias para atender os 20% do topo, oferecendo luxo e exclusividade, enquanto os demais recebem alternativas de valor.”

2. Criadores ganham credibilidade como fonte de influência

O estudo mostra que 47% dos usuários de redes sociais realizaram compras nos últimos 12 meses com base em recomendações de influenciadores. O consumo de informações em plataformas sociais já supera os canais tradicionais, como TV nacional e portais de notícias.

Essa transição amplia a influência de vozes individuais e descentralizadas. Entre os jovens da geração z, 71% afirmam ter consumido notícias via redes sociais no último mês.

“Consumidores estão deixando de apenas descobrir marcas para se envolver em experiências de compra completas via vídeo e criadores”, comenta Sapna Chadha, VP do Google para Sudeste Asiático e Sul da Ásia.

Marcas podem se beneficiar de colaborações com criadores e experts internos, reforçando alinhamento de valores e monitorando riscos reputacionais.

3. Agentes de IA passam a intermediar compras

Com o avanço dos agentes de inteligência artificial, que são diferentes dos chatbots, cresce o número de consumidores dispostos a delegar tarefas automatizadas. De acordo com dados da Salesforce, 24% afirmam estar confortáveis em permitir que um agente de IA realize compras em seu nome. O índice chega a quase um terço entre a Geração Z.

Ferramentas como o Operator da OpenAI e o Project Mariner do Google sinalizam um novo estágio na jornada do consumidor. “Em breve, o usuário nem precisará acessar uma plataforma. A IA fará o trabalho e entregará o resultado”, afirma Debra Aho Williamson, da consultoria Sonata Insights.

Ainda assim, a pesquisa reforça que o fator humano segue relevante. Elementos como empatia e conexão emocional são diferenciais atribuídos às interações humanas em comparação com a IA.

4. Saúde preventiva se torna prioridade

A busca por bem-estar segue em expansão. 77% dos consumidores expressam preocupação com os riscos à saúde associados a alimentos ultraprocessados. O interesse por vitaminas e suplementos também aumentou: 31% adquiriram esses produtos no último mês, um salto de sete pontos percentuais em relação a 2022.

Além da nutrição, itens ligados ao conforto e autocuidado ganham relevância. Marcas de fora do setor de saúde têm explorado versões ‘melhor para você’ de seus produtos ou reposicionamentos que promovem consumo consciente.

5. Novos códigos de socialização movimentam o mercado

O relatório aponta uma reconfiguração das formas de conexão social, especialmente entre os mais jovens. Cerca de metade dos millennials e da geração z jogam jogos de tabuleiro pelo menos uma vez por mês. Atividades como acampamento, trilhas e eventos esportivos também estão em alta.

Os dados da GWI indicam que 53% dos consumidores participaram de festivais no último ano, mostrando apetite por experiências coletivas e presenciais.

“O modo de se conectar mudou. As pessoas agora se reúnem em torno de interesses compartilhados. Isso cria oportunidades para as marcas ocuparem um espaço intermediário de afinidade”, analisa Colleen Ryan, da consultoria TRA.

Experiências imersivas, ativações presenciais e ações de comunidade aparecem como caminhos estratégicos para reforçar vínculos e visibilidade de marca.

Perspectivas para o mercado

Stephanie Siew, executiva da WARC, acredita que “os consumidores estão assumindo o controle de suas escolhas em um cenário marcado pela incerteza econômica, redesenhando como consomem, se relacionam e cuidam da saúde.”

Para marcas e anunciantes, o desafio passa por entender essas transformações e construir relevância a partir de decisões mais conscientes de consumo, que vão além do preço e do produto.

Fonte: Propmark

Marca própria nas farmácias já movimenta R$ 4,6 bilhões

Indústria farmacêutica apoia venda de remédios em supermercados, mas pede regra rigorosa para proteger consumidor

Tema está em discussão em projeto no Senado

A indústria farmacêutica vê com bons olhos o avanço da proposta que permite a instalação de farmácias completas dentro da área de vendas dos supermercados, desde que sejam respeitadas regras rígidas de segurança sanitária.

A medida está prevista em uma emenda apresentada pelo senador Efraim Filho (União-PB) em um projeto que trata do assunto.

Segundo Nelson Mussolini, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), o texto atual contempla as principais exigências técnicas e sanitárias do setor e representa um avanço em relação à versão original do projeto.

— O Sindusfarma sempre teve uma posição muito clara em relação à segurança sanitária na dispensação de medicamentos. A partir do momento em que o substitutivo do senador Efraim coloca a segurança em primeiro lugar, nós apoiamos integralmente — afirmou Mussolini.

O debate sobre a venda de medicamentos em supermercados começou com a apresentação do Projeto de Lei 2158/2023, que previa a liberação da venda de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) nesses estabelecimentos, com orientação facultativa de farmacêuticos — presencial ou virtualmente.

A proposta inicial gerou críticas por parte de entidades reguladoras e representantes do setor farmacêutico, que alegaram riscos de automedicação e fragilidade na fiscalização. Em resposta, o senador Efraim Filho apresentou a Emenda 2, que transforma a proposta em um modelo de farmácia completa, com farmácias operando sob as mesmas exigências técnicas impostas a drogarias convencionais.

A emenda permite que os supermercados instalem farmácias com presença obrigatória de farmacêutico durante todo o horário de funcionamento, estrutura segregada e climatizada, e proibição expressa da realização de teleconsultas e da venda de medicamentos de marca própria.

Para o presidente do Sindusfarma, a nova proposta atinge um grau de maturidade que permite apoio por parte da indústria.

— É um assunto que se discute há mais de 20 anos. Acho que o projeto se tornou maduro — afirmou Mussolini.

O projeto impede o uso de marcas próprias de supermercados na farmácia. Mussolini avalia que o novo modelo poderá facilitar o acesso da população a medicamentos essenciais, sobretudo em municípios com pouca infraestrutura.

— A pessoa vai poder entrar e sair com aquilo que o médico prescreveu. Então, pode facilitar a vida do paciente, daquele que está precisando comprar o seu medicamento dentro daquilo que regulamenta a legislação.

Concorrência será saudável, avalia Sindusfarma

Embora entidades como a Abrafarma tenham feito críticas à proposta, o Sindusfarma acredita que a medida não representa risco às farmácias independentes. Mussolini argumenta que esses estabelecimentos continuarão competitivos graças ao atendimento personalizado e à proximidade com os consumidores.

— As farmácias independentes têm um atendimento personalizado, uma fidelização do seu consumidor. Eu não consigo enxergar que vai destruir as farmácias independentes. Sempre se falou que as grandes redes iriam destruir as farmácias independentes. Na pandemia, houve um crescimento dessas farmácias porque elas estão mais próximas ao consumidor.

Abrafarma cobra ajustes na proposta

Apesar de reconhecer avanços na proposta, a Abrafarma divulgou uma nota manifestando preocupação com alguns pontos da Emenda 2. A entidade critica a proibição da telemedicina e das marcas próprias, que considera “desproporcionais e prejudiciais à população”

Para a associação, é necessário ajustar critérios de armazenagem, exposição e rastreabilidade dos medicamentos, além de garantir que a implantação siga padrões definidos para preservar a segurança do consumidor e a eficiência do serviço farmacêutico.

“Nosso compromisso é com o direito à saúde, à proteção do consumidor e à eficiência nos serviços farmacêuticos”, afirmou Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma, em nota.

Votação fica para agosto

O senador Humberto Costa (PT-PE), relator da proposta, confirmou que não haverá reunião da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) nesta semana. Segundo ele, ainda é preciso avaliar com atenção as contribuições apresentadas pelas entidades do setor. A expectativa é que a votação ocorra na primeira semana de agosto. Costa já sinalizou que deve acolher o substitutivo apresentado por Efraim Filho.

Pelo lado da indústria, o apoio já é declarado por entidades como o Sindusfarma já se manifestou favorável à proposta.

Do lado do varejo alimentar, as entidades ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados), ABAD (Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores) e ABAAS (Associação Brasileira dos Atacarejos) atuam diretamente pela aprovação do texto. Em nota conjunta, classificaram a Emenda 2 como uma proposta moderna, segura e responsável, que democratiza o acesso a medicamentos e alivia a sobrecarga do SUS ao resolver demandas simples diretamente nos pontos de venda.

“Essa estrutura assegura a segurança do paciente, a valorização do profissional farmacêutico e a preservação das boas práticas sanitárias, aproximando o Brasil de modelos internacionais bem-sucedidos adotados em países como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Portugal e Itália”, diz um trecho da nota das entidades.

Fonte: O Globo

Conheça o bilionário Italiano por trás do acordo de US$ 3,1 bilhões entre Ferrero e Kellogg

Giovanni Ferrero expandiu os negócios da família para além de marcas conhecidas, como Nutella e Kinder, para criar uma gigante global

Quando a gigante italiana de doces e alimentos Ferrero anunciou, na última quinta-feira (10), que iria adquirir a WK Kellogg, fabricante de cereais como Froot Loops e Corn Flakes, por US$ 3,1 bilhões (R$ 17,2 bilhões na cotação atual), não se tratava apenas de um dos maiores acordos da indústria alimentícia no último ano. A operação também marcou a maior conquista de Giovanni Ferrero, bilionário, presidente executivo e principal acionista da empresa da família, que liderou uma campanha de uma década para transformar a tradicional marca italiana em uma potência alimentícia nos Estados Unidos.

A Forbes estima que a Ferrero tenha investido mais de US$ 13 bilhões (R$ 72,2 bilhões) – incluindo o acordo anunciado na quinta – na aquisição de ao menos 21 empresas em 9 países nos últimos 10 anos — da brasileira Dori Alimentos a uma produtora de biscoitos amanteigados na Dinamarca.

“Nos últimos anos, a Ferrero expandiu sua presença na América do Norte, reunindo nossas marcas mundialmente conhecidas com joias locais enraizadas nos EUA”, disse Giovanni Ferrero.

Uma década de aquisições

Giovanni assumiu o controle da empresa — conhecida pelos chocolates Ferrero Rocher e pelo creme de avelã Nutella — após a morte de seu pai, Michele Ferrero, em 2015. Como representante da terceira geração à frente dos negócios, ele embarcou em uma estratégia agressiva de aquisições para expandir e diversificar a empresa, até então focada em chocolates.

A estratégia deu certo: desde 2015, a receita quase dobrou, alcançando US$ 20,4 bilhões (R$ 113,4 bilhões) no ano encerrado em agosto de 2024. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também quase dobrou, passando de US$ 1,6 bilhão (R$ 8,9 bilhões) em 2015 para US$ 3 bilhões (R$ 16,7 bilhões). Um porta-voz da Ferrero não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da Forbes.

A fortuna da família Ferrero também se beneficiou com esse crescimento. Giovanni Ferrero, de 60 anos, detém 75% da empresa e hoje tem um patrimônio estimado em US$ 41,2 bilhões (R$ 229 bilhões), um salto considerável em relação aos US$ 23 bilhões (R$ 127,9 bilhões) que possuía quando entrou pela primeira vez na lista de bilionários da Forbes em 2018.

Atualmente, ele é a 6ª pessoa mais rica da Europa e a 36ª mais rica do mundo. O restante da empresa pertence a pelo menos outros cinco herdeiros de Pietro Ferrero, avô de Giovanni, que fundou o negócio em 1946 na cidade de Alba, próxima a Turim, no noroeste da Itália.

Confira a reportagem completa na Forbes.

Supermercados usam pontuação de clientes para recomendar marca própria

Supermercados usam pontuação de clientes para recomendar marca própria

Na Espanha, varejistas usam ranking de 1 a 5 estrelas nas prateleiras para ajudar consumidor a escolher produtos

As avaliações de outros clientes são um dos principais fatores de decisão de compra dos consumidores no e-commerce. Segundo o estudo “The State of Google Reviews”, realizado pela SOCi, 89% das pessoas verificam as avaliações antes de realizar uma transação. Na Espanha, redes como Carrefour e Dia decidiram levar essa mesma lógica para as lojas físicas.

As empresas têm adotado um ranking de 1 a 5 estrelas, como é comum na internet, para mostrar como os consumidores avaliam seus produtos de marca própria. Cartelas colocadas nas prateleiras onde estão as indicações de preço dos produtos mostram a pontuação de cada item, em um movimento que direciona a decisão de compra dos clientes.

Os dados são coletados pela Shopadvizor, que avalia de forma independente mais de 100 mil produtos da indústria e de marcas próprias do varejo. “Dessa forma, trazemos transparência ao consumidor e estimulamos a inovação do lado dos fabricantes”, comenta Diego Chorny, CEO da empresa.

Para o executivo, em um cenário no qual os consumidores enfrentam uma avalanche de novos produtos, os comentários e avaliações de outros clientes se tornaram ferramentas essenciais para a tomada de decisão de compra.

“A implementação de um sistema transparente e independente de pontuação funciona como uma forma de ajudar os clientes e permitir que os fabricantes entendam mais rapidamente os motivos para o sucesso ou fracasso de um produto”, completa.

Fonte: SuperHiper