Supermercados deixam de abrir aos domingos após acordo histórico e medida pode mudar o varejo no Brasil

A partir de 2026, o Espírito Santo vai testar um modelo inédito no país: por sete meses, supermercados e outros grandes pontos de venda de alimentos não vão abrir aos domingos. O acordo entre sindicatos patronais e de trabalhadores transforma o estado em um “laboratório real” para medir, com dados concretos, como mudam o consumo, o trabalho e os negócios quando o supermercado deixa de ser opção no fim de semana.

Como vai funcionar

O fechamento dominical não atinge apenas grandes redes. A convenção coletiva inclui hipermercados, atacarejos, atacadistas, autosserviços, mercearias estruturadas, hortifrutis de porte relevante, minimercados de grupos empresariais e lojas de alimentos em shoppings.

Essas operações devem manter as portas fechadas aos domingos no período de teste, salvo exceções específicas, como pontos em áreas turísticas com regras negociadas à parte. Lojas de material de construção seguirão a mesma lógica, alterando o padrão de funcionamento de parte importante do varejo capixaba.

O que muda para o consumo e o lazer dominical com a nova regra

Restaurantes, lanchonetes, cinemas, lojas de moda, farmácias e serviços diversos seguem liberados, mantendo o domingo como dia de consumo e lazer, mas sem o supermercado como protagonista. O consumidor continuará tendo opções para emergências, mas a compra semanal estruturada tende a migrar para outros dias.

Esse novo arranjo abre espaço para que shoppings e polos gastronômicos se reforcem como destino de lazer dominical, enquanto o varejo alimentar se concentra de segunda a sábado. Em paralelo, o comércio digital ganha relevância para quem prefere planejar tudo sem enfrentar filas.

Quais novos hábitos de consumo podem surgir com o fechamento dominical

Sem o domingo, o fluxo de compras deve se concentrar entre sexta à tarde e sábado, exigindo mais organização da rotina doméstica. Famílias que faziam o “rancho” no fim de semana terão de antecipar decisões, planejar a despensa e cuidar melhor dos estoques em casa.

Durante o período de teste, parte dos consumidores deve experimentar formas diferentes de organizar compras e lazer. Entre os hábitos que tendem a ser monitorados com mais atenção, destacam-se:

  • Compras grandes concentradas em um ou dois dias, principalmente sexta e sábado;
  • Uso mais intenso de mercados e mercearias de bairro para reposições urgentes;
  • Substituição do passeio ao hipermercado por outras formas de lazer dominical;
  • Busca por promoções em dias úteis para evitar lojas cheias;
  • Crescimento do e-commerce alimentar, com entregas e retiradas agendadas.
Quais efeitos o novo modelo traz para quem trabalha em supermercados

Para quem atua no varejo alimentar, o domingo livre representa uma mudança relevante, com um ponto fixo de descanso na semana. Isso facilita consultas médicas, participação em atividades escolares, convívio familiar e um descanso mais previsível, reduzindo o desgaste físico e emocional.

Além da folga dominical, a convenção coletiva prevê reajuste do piso salarial e auxílio-alimentação mensal, tornando o pacote mais competitivo frente a setores como logística e call centers. A reorganização de escalas será decisiva para evitar sobrecarga em menos dias e manter a qualidade do atendimento.

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