RD Saúde vai produzir e vender remédio de marca própria que não precisa de prescrição médica

Grupo dono das redes Raia e Drogasil obteve licença para produzir e comercializar mais de 20 moléculas

O grupo RD Saúde, dono das redes Raia e Drogasil e líder do varejo farmacêutico nacional, obteve licença para produção e venda de mais de 20 moléculas de medicamentos que não necessitam de prescrição médica (OTC). A venda deve ter início em 2026.

A notícia foi divulgada nesta segunda-feira (1º) durante o RD Day, evento da companhia com investidores, em São Paulo. A empresa também anunciou a criação de um espaço de beleza nas farmácias, e o primeiro deve ser inaugurado em uma loja em Barueri, na Grande São Paulo, no segundo trimestre do ano que vem.

Os medicamentos serão lançados sob a marca própria Bwell, de suplementos vitamínicos, que chegou ao mercado em 2023 e tem a atriz Ana Paula Arosio como garota-propaganda.

O novo negócio começou a ser estruturado em 2023. No ano passado, o grupo contratou fornecedores, obteve a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e iniciou os testes com a primeira fórmula, paracetamol, um analgésico e antipirético.

De acordo com a RD Saúde, a marca própria do paracetamol atingiu 12% das vendas da categoria. Ao todo, as mais de 20 moléculas que serão produzidas com a marca Bwell representam cerca de 16% das vendas de OTC no grupo.

Estão previstas fórmulas como dipirona monoidratada 500 mg/ml (“alívio de dores e febres”), dipirona monoidratada 330 mg + cafeína 50 mg + citrato de orfenadrina 35 mg (“relaxante muscular”), dipirona monoidratada 300 mg + mucato de isometepteno 30g + cafeína 30g (“alívio das dores de cabeça”) e butilbrometo de escopolamina 6,67mg/ml + dipirona 333,4 mg/ml (“dores abdominais e cólicas”).

A investida da RD Saúde ocorre em um momento em que se acirra a concorrência entre o varejo farmacêutico e o varejo alimentar em torno da venda de medicamentos. Os supermercados querem vender remédios sem prescrição em suas lojas, algo previsto no projeto de lei 2.158/2023, aprovado em setembro. O PL prevê farmácias completas dentro dos supermercados, que só poderão funcionar se houver um farmacêutico responsável durante todo o horário de atendimento.

A liberação vinha sendo apoiada pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados) e rechaçada pela Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), que reúne as 29 maiores redes nacionais.

Agora, com a iniciativa da RD Saúde de fabricar, via terceiros, os próprios medicamentos OTC, o grupo se torna fornecedor dos supermercados. A venda total de medicamentos no Brasil, envolvendo remédios com e sem prescrição, soma cerca de R$ 200 bilhões ao ano.

Fonte: Folha de S. Paulo 

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