As marcas próprias deixaram de ser vistas como versões genéricas de produtos tradicionais e hoje ocupam papel central na inovação, na diferenciação e na fidelização do consumidor.
Outro ponto positivo das marcas próprias são os preços que podem custar de 20% a 30% menos do que os de marcas tradicionais de mercado. Em setores como limpeza, higiene e alimentos básicos, a diferença chega a ser ainda maior.
Só para se ter uma ideia do potencial desse mercado, pesquisa realizada este ano pela NielsenIQ mostrou que quase 70% dos consumidores brasileirosveem as marcas próprias como uma boa alternativa às marcas conhecidas. Atualmente, as marcas próprias já estão presentes em mais de 40% das residências no Brasil, bem acima dos 22% registrados nos Estados Unidos e próximos dos 39% verificados na Europa.
Para sustentar o crescimento e ganhar a confiança dos clientes, os varejistas têm apostado em estratégias que vão desde o desenvolvimento de marcas únicas, com reputação baseada em qualidade e comunicação clara, até a compreensão detalhada do comportamento do consumidor, por meio de segmentação e mineração de dados de fidelidade.
Também se destacam os investimentos em inovação para estimular a experimentação e a fidelidade, a precificação dinâmica para criar gaps competitivos e a execução eficiente, com lançamentos ágeis, abastecimento regionalizado e expansão contínua do portfólio.
Na avaliação do vice-presidente da Circana, Daniel Morimoto, o que nós estamos vendo é apenas o começo, uma vez que as marcas próprias já provaram sua força em diferentes mercados e categorias, mas ainda existe um enorme espaço para inovação e expansão.
Ainda segundo o executivo, o varejista que souber usar dados de forma estratégica e colocar o consumidor no centro, terá nas marcas próprias um dos maiores diferenciais competitivos da próxima década.
Você informou que os preços dos produtos de marca própria são de 20% a 30% mais baratos do que os de marcas tradicionais. O que justifica essa redução de preços?
Vários motivos justificam a diferença de preço. O primeiro deles é o corte de custos de marketing. Como não há grandes gastos com propaganda ou mídia, isso se reflete no preço final.
Outro item é a escala de varejo, já que supermercados e farmácias usam seu próprio poder de compra para negociar diretamente com indústrias que produzem para eles.
Por fim, com embalagens menos sofisticadas e logística integrada os custos são menores.
Fonte: BandNews FM